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7 de agosto de 2006

"Burning off the edges of the sky"

Aceitando as condições, pois primeiramente, mesmo que eu tenha decidido atear fogo em alguém, não creio que ficaria para ver, mas como a situação é essa, devo inquietamente decidir.

Havia pensado em fazer como os Ursinhos Carinhos um dia me ensinaram: deite e role. Porém, isso também não é aceitável, pois não há como voltar atrás. O fogo está lá, apagá-lo não é possível. Mas apagar a pessoa sim! [hahaha]

Então: pegar ou não o pedaço de pau? Acabar com a dor e o sofrimento ou não? Nessas horas, a gente nunca tem clareza de mente para parar e pensar (e nem tempo). Claro que perguntar para a pessoa o que ela prefere não é viável. A diplomacia ia fazê-la morrer do mesmo modo como o pedaço de madeira.

Se eu deixar o fogo matá-la, a culpa seria menos talvez, por ter tentado ajudá-la a apagar o fogo. Se eu pegar o pedaço de pau e batê-la, a culpa seria menos talvez, por ter poupado a ela um pouco da dor e medo. No entanto, se eu pegar o pedaço de pau, muito provável que sangue espirraria e possivelmente me sujaria. Sem contar que minha digitais estariam na madeira. Se eu apenas observar, provavelmente o fogo consumaria a pessoa até as cinzas, eu esperaria até serem apenas cinzas. Assim, haveria menos provas contra mim. Mas é claro que essa frieza não me cabe, já que não sou uma psicopata e possou emoções.

Agora, se eu fosse dessa geração de desenhos que não Ursinhos Carinhosos, eu poderia mesmo pegar o pedaço de madeira e descarregar egoísticamente minhas frustrações, medos, dor e prazer. A violência parece ser o escape para todas as neuroses das crianças hoje. Temo que adultos serão no meu divã.

Enfim, minha resposta vem de palavras alheias às minhas, pois elas expressam exatamente como me sentiria. Na situação eu poderia ter toda a força física do mundo à minha disposição. Mas não teria força emocional para tal.

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