Sejam bem-vindos ao outro lado do espelho, onde tudo pode acontecer (e acontece).

Wonderlando é um blog sobre textos diversos, descobrimentos e crescimento. A filosofia gira em torno do acaso, misturando fantasia e realidade de dois amigos que se conheceram também por acaso, Alice - que tem um país só seu -, e Yuri - chapeleiro e maluco nas horas vagas.

Leia, comente e volte sempre... Ou faça como a gente e não saia nunca mais.

30 de setembro de 2009

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acabou [sendo nada de_mais].

Mal-me-quer

Voltando para casa numa madrugada fria de meio de semana, me flagrei pensando em quantos mal-me-quer cabem numa flor. Claro, depende da flor e da história de cada amor. Então comecei a lembrar das minhas histórias, de quantos finais foram infelizes e não deram certo. É, porque um final também tem que dar certo, não se pode acabar errado senão nada valeu a pena.

Seguindo essa linha de raciocínio, comecei a pensar nos meus finais. Meus relacionamentos que deram certo com limite de data; minhas semanas, que boas ou ruins acabam fazendo o tão adorado fim de semana; em tudo que eu comecei e não terminei. Isso também é fim(?).


Daí voltei a pensar nas flores, em cada pétala que significava um mal e um bem. A sorte e o azar de ter a flor do destino nas mãos. Alguém me quer(?). Alguém sempre quer alguém, mal ou bem, há o querer. Tudo depende da flor certa.





Le fleurs du mal

frente______verso




















quero ver quem manja.

29 de setembro de 2009

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Silêncio

Andei pensando muito em silêncio esses dias. Andei pensando muito no silêncio esses dias. Pensei parado também. Não tenho objetivo nesse texto a não ser divagar e "pensar alto". Mas sei muito bem como ele vai acabar, pois é, porque tenho lido muito Shakespeare ultimamente. Mas chego lá, e se você tiver paciência para minhas baboseiras, também chega.

O motivo do silêncio como tema é porque tenho ficado mais calado do que o falante costumeiro que sou. Para evitar as costumeiras bobeiras que digo, os constantes desgastes que trago em palavras, as inaceitáveis contradições nos pensamentos transcritos, calo. Calo de pé. Sento.

Mas pensando agora - tudo agora tá gente?! -, qual será o motivo do Silêncio? Às vezes eu acho que ele é um personagem, ou alguém da turma, que eu posso tocar e conversar... Mas não sei seu motivo. Não sempre, pelo menos. Mas nem nosso melhor amigo nem nós mesmos nos compreendemos a toda hora. Tenho exigido demais do silêncio. E de mim.

O Ministério da Saúde [tudo maiúsCULO]adverte: exigir mais de si mesmo dá úlcera e câncer. Se os problemas persistirem, você se fodeu!

Penso no silêncio. Na significância do silêncio. Eu não estou em silêncio agora, estou aqui tagarelando palavras, mesmo que escritas, mesmo que não emita som. Há aqui o não-silêncio.

O dicionário diz que "si.lên.cio sm (lat silentiu) 1 Ausência completa de ruídos; calada. 2 Estado de quem se cala ou se abstém de falar; recusa de falar. 3 Abstenção voluntária de falar, de pronunciar qualquer palavra ou som, de escrever, de manifestar os seus pensamentos". Eu digo mais, ouvi a seguinte pergunta na roda: "E quem vai quebrar o silêncio?". Não existe a quebra do silêncio, existe sua ausência, o Micha(elis) está certo. O silêncio se ausenta porque há o ruído. O silêncio é frágil feito gota de chuva. Há ruídos e palavras. Ninguém quebra o silêncio. Há ruídos e palavras. Som. Son [ofa bít]

Ninguém fala por falar, tampouco cala por calar. Mas não tem melhor silêncio que aquele cheio de cumplicidade que desnecessecita palavras. A simples perfeição muda. A vida não é silêncio, é como diz Macbeth, a vida é uma história contada por um idiota, cheia de som e fúria, que nada significam. Eu não sou silêncio, mas às vezes é preciso calar, para ser (ou parecer) sábio.

“O potente veneno cultiva totalmente o meu espírito. Se tu sempre me segurar em teu coração ficará ausente de felicidade por um tempo. E neste mundo severo, tome fôlego em tua dor, para contar minha história. O resto é silêncio.” Hamlet morre dizendo essas palavras. Quero morrer Hamlet. Quero morrer, Hamlet. [Mas não em silêncio]

Em silêncio, fico pensando, quem vai contar a minha história?

22 de setembro de 2009

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Nem toda insônia é ruim.
Nem tudo escrito às pressas
deve ser lido às pressas.
Pensamento do agora.
Daquela hora.
De toda noite.

21 de setembro de 2009

21.

Se você está lendo isso, não pense que é para você. Não é nem nunca foi. Aqui é meu desabafo, o lugar para rascunhar alguns pensamentos e ter onde guardá-los. Eu não preciso de vocês, mas isso não quer dizer que eu não precise de alguém. Qualquer um que é só a metade podre e insignificante me entende e nunca mais me abandona. Acaba aqui compartilhando dores com discrição e silêncio.

Ontem, tudo em que eu acreditava morreu, mas hoje é meu aniversário e vou espalhar as velas pela casa e atear fogo quando todos estiverem aqui. Assim ninguém nunca mais vai me abandonar. Hoje é meu aniversário e nada aconteceu, eu não sei o que fazer daqui pra frente.

Se ninguém sabe como é a eternidade, eu vou mostrar como ela não é. Desta vez eu não vou hesitar em matar quem for preciso para defender o que eu acredito. Pessoas são frágeis, ideias não. Minha nova frase na parede.

Eu penso em tentar, agora que eu não morri realmente, mas eu preciso de alguém pra me salvar. Me deixar definhar sozinho é pior do que ter coragem pra acabar logo com isso. Então decidam-se.

Não deixá-los ganhar não me satisfaz, ou eu ganho ou vou mostrar como se perde.

Notas Chacotas

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16 de setembro de 2009

Esperança




A solidão é algo desesperador para mim. É ela quem me diz quem eu sou e me faz enfrentar a mim mesmo e só. Eu não sou capaz de me enfrentar, eu sou mais forte do que eu, e o meu eu é mais pesado e mais inteligente do que eu jamais serei.

Eu me sinto como um filme estrangeiro sem legenda, um simbolista surreal sem nexo, sem sentido, que espalha dores e amores por aí sem saber o que está fazendo. Mas ele sabe... Quer dizer, eu sei.

Quando eu me encontrei sozinho, percebi que precisava me mudar como pessoa. Por um lado, eu sou uma pessoa melhor, por outro, me tornei perigoso. De certo modo, eu sinto como se não tivesse nada a perder. Quando eu me tornei ciente disso, percebi que quando se encontra alguém importante de novo, se tem muito mais a perder e me seguro nisso desesperadamente e tento não foder tudo, porque caso contrário, a vida não teria mais valor para viver. E nada vale a pena. E isso é perigoso, isso é foda. E me sinto cada vez mais triste, tentando me segurar e escorar em pessoas, lugares e idéias... Mas sem sucesso.

Essa é a resposta quando me perguntam por que não consigo ficar sozinho. Eu adoro ter meu espaço, ser sozinho, mas solidão é foda. E me sinto cada vez mais triste e medroso, porque sinto o perigo disso a cada respirar. Uma hora para, e tudo acaba.

O que me conforta é saber que no Inferno encontrarei um monte igual a mim. E essa é a minha esperança para o fim da solidão.

11 de setembro de 2009

Idiota

Eu odeio ser feita de idiota. É a coisa que mais temo. Seja em qualquer situação. Desde o colégio, na 4a série, com aquelas brincadeiras lamentáveis de esconder as coisas dos outros... ainda mais o meu estojo de cachorro. Fora que eu sou muito protetora das minhas coisas, territorial, odeio que invadam meu espaço. [Lembremos do puff].

Enfim, escondiam meu estojo. E eu chorava. Era uma criança, oras. Odeio ser feita de idiota. Quando as pessoas falam de mim, como se eu não ouvisse. Quando tentam me pregar peças. Quando são mais inteligentes do que eu. Quando eu passo vergonha. Quando eu acredito em mentiras.

Estou me sentindo uma idiota. Escondem-me coisas, palavras, sentimentos, vestem uma carcaça como se eu não fosse perceber a farsa. E o que é realidade? Lembro do cego que abriu meus olhos, mas aquilo foi engraçado. Isso é ridículo. Sou feita de idiota. Questiono a mim mesma! Questiono o que sei, o que achava que sabia sobre os outros. Às vezes sobre mim, mas não é o caso agora. Estes foram questionamentos positivos que levaram a boas revelações. Quando questiono aqueles que mais conheço, perco meu chão. Aonde foi minha realidade? Aonde se escondeu meu conhecimento?

Sinto uma raiva crescente, quanto mais reflito sobre "ser ou não ser... idiota".
Vou parar e respirar. Mas nada que vá aliviar.

Notas Chacotas


A proposta é fazer das postagens deste mês as mais sinceras e não fictícias possíveis. Esse é um caderninho que passou um tempo comigo. Ele é de uma amiga minha e a proposta era eu escrever o que estivesse na minha cabeça naquela hora, autoral, viceral, crua, sem pensar. Divirtam-se.



::DEP::

9 de setembro de 2009

Esquecidão

Às vezes eu esqueço que estou vivo. Me esqueço de respirar, de comer, sentir... Às vezes fico tanto tempo sem conversar que esqueço de articular as palavras e fico sem saber como dizer, como se tivesse algo a dizer. São só frases soltas bem ensaiadas para disfarçar minha exclusão. E aos poucos, algumas pessoas próximas vão percebendo que não faço falta. E acabo me convencendo do mesmo.

Você se torna um viciado em drogas por não ter nenhuma motivação forte e verdadeira em qualquer outro sentido. A vantagem é que quando você para de crescer, começa a morrer. E um viciado nunca para de crescer. A maioria dos usuários dão um tempo periodicamente, encolhendo o organismo e substituindo as células dependentes da droga. E fica nesse vai e volta infernal. Meu corpo é infinito até o fim.

Eu sou um enganador, sempre inventando festas e eventos e amigos a fim de querer provar para mim mesmo que isso é verdade. Mal sabem que quando ponho o corpo na rua, a única coisa que me espera é a ponta de uma agulha, um adesivo de ácido, gotas de láudano, pó. E esqueço o quanto dessas situações inventadas são mentiras e verdades. Talvez eu tenha vivido nada disso, mas já me perdi em tantas histórias que acabo acreditando em todas.

E vou me esquecendo de quem eu sou,
quem tu é és
quem nós somos


[Ele eu nem conheço, se conheço, esqueci.]