Quando nascemos não é a toa que choramos, lembro-me bem quando nasci: "Puta que pariu, me fudi! Vou ter que crescer, vão arrancar à força minha inocência, depois vão me dar uma carteira de trabalho e vão me obrigar a votar; vou ser obrigado também a beber e transar com mulheres e contar pra todo mundo pra provar que sou "macho". Vou me machucar de ralar a pele, quebrar ossos, também vou me machucar por dentro por não ser correspondido de idéias, de amores, não importa. Depois serei obrigado a escolher uma profissão e ser infeliz nela até envelhecer, ter um monte de doença e reclamar que no meu tempo as coisas eram muito melhores, e morrerei provavelmente da mesma forma que vim: chorando! - obrigações de mais pro meu gosto, eu passo, muito obrigado."
Assisti uns 2 capítulos da novela "A Viagem" que estava passando na globo. O céu para eles é um enorme parque ibirapuera e a "regra" do paraíso é simplesmente amar o próximo, não se apegar a coisas materiais, respeitar a natureza, viver em harmonia, fazer o que quiser - quer tomar sol, tome; quer trabalhar, trabalhe - até sua alma estar amadurecida o bastante para outro plano astral. Lá não existe problema em fazer isso, mas percebi que essa filosofia posta em prática n'A Viagem é uma filosofia hippie[espírita também, mas hippie!]. E ser hippie aqui na Terra é um problema para a maioria das pessoas. Viver é negócio complicado...
"Eu não sei na verdade quem eu sou
já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro um sorriso e o meu paraíso é onde estou
Por que a gente é desse jeito?
criando conceito pra tudo que restou
...
Descobrir... da onde veio a vida
por onde entrei... deve haver uma saída
e tudo fica sustentado... pela fé
Na verdade ninguém... sabe o que é"
-Teatro Mágico-
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