De "À Procura do Homem dos Dados" - Luke Rhinehart.
Do Diário do Luke
Quais são, exatamente, os problemas que nós, humanos, gostaríamos de resolver?
O problema da infelicidade. O homem não gosta de ser infeliz. Rugas de preocupação estragam a pele.
O problema da morte. A morte é considerada um estorvo. Seu silêncio é suspeito, talvez um pouco maléfico. É considerada um tanto quanto permanente demais.
O problema do fracasso. Não é considerado tão legal como o sucesso, mas parece vir com mais freqüência.
O problema da dor. Unhas encravadas, artrite, dores de cabeça; o corpo sempre parece estar um passo à frente da última palavra em comprimidos.
O problema do amor: não dura, não é correspondido ou, quando é, se mostra possessivo e ciumento.
O problema do objetivo: parece que não conseguimos encontrar um ou, se encontramos, perdemos o interesse cedo demais.
O problema da realidade: nunca se sabe claramente o que é. A de Eduardo parece sempre diferente da de Ricardo. A realidade de hoje é a ilusão de amanhã. E a ilusão de hoje...
O problema do mal: em geral o dos outros. Há muita gente má para praticá-lo contra uns poucos bons.
O problema do eu: não conseguimos quase nunca descobrir quem somos ou, quando descobrimos, achamos bem deprimente.
O problema da iluminação: com freqüência a desejamos, mas raramente a atingimos. Sabemos que deve existir alguma forma melhor de vida, sabemos que não a estamos vivendo agora e que devemos chegar até ela.
A vida, como disse o Buda, é constituída de mil loucuras. Sábio é aquele que joga com as mil loucuras.
"Há uma forma de ser sábio", disse o Buda.
"Qual é, Ó Mestre?"
"Bancar o bobo."
***
Porque o que eu tinha escrito, o computador apagou.
Sim, é uma praga. E a culpa é sua.
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