Ploc*
Uma bolha de sabão se foi. Criada com tanto cuidado, um sopro de vida tão delicado.
Seu momento de independência é tenso ou muitas vezes simples e rápido, mas sempre acontece. Se não, nada de bolha de sabão dançando ao som do vento.
Após ser gerada com carinho, ela flutua, livre. Nunca segue o mesmo caminho que outras. Elas se espalham em movimentos suaves e calmos.
Há uma fantástica propriedade que possui: quando vista, transforma seus espectadores em crianças novamente. Maravilhados, com os olhos brilhantes e dedos levantados, exclamam: “Olhe! É uma bolha de sabão!”. E a observam voar, no mais alto que ela pode chegar. Até, em um segundo, a bolha sumir. Tão facilmente se vai, tão admirada, tão amada. Tão capaz de encantar.
E durante sua existência, não é diferente. Quem não abre um sorriso verdadeiro? Quem não abre os olhos com espanto? Quem não a segue? Quem não tenta tocá-la? Porém ela estoura, num momento igualmente especial quanto seu surgimento. Pequenas gotículas chovem no ar. Quem a estoura quer fazer parte de sua história, de sua mágica.
No entanto, enquanto ela paira no ar, o mundo inteiro se envolve em sua fina superfície. Ela é nada mais que um espelho. Em sua frente, é refletido tudo como é. Entretanto, ele se funde com a imagem refletida pela parte de trás, uma imagem contrária. É o mundo, suas face, num segundo só.
E ela choca, causa impacto. Cala. É simultaneamente bela e agressiva. Muda o mundo e quando se vai, não há mais espelho, não há mais leveza. A rotina absorve a todos mais uma vez. A mágica se foi.
Seria mais uma metáfora da vida?
Uma analogia às pessoas, aos amigos.
Uma bolha de sabão é apenas um sopro de vida.
Um comentário:
tão sensível quanto uma bolha
tão imprevisível e colorida.
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