Não sei se acredito em escolhas. O que realmente podemos escolher? Se tivermos dois caminhos e “escolhemos” um deles, o outro não existe, pois não foi seguido. Você é o que é agora, não o que poderia ter sido. O seu “poderia ter sido” não está aqui pra te confrontar, gritando: “Olha aqui, seu idiota, onde você poderia estar. Chora pelo que está perdendo”. Isso não vai acontecer, apenas na sua cabeça, se você deixar. O problema é esta questão fazer tão parte da nossa cultura, é algo tão intrínseco que não conseguimos nos desfazer do nosso outro eu: o eu que poderíamos ter sido.
O acaso é tudo que há. Aconteceu assim, realizou-se dessa maneira e não das outras milhões de formas que haviam no momento. E se tivesse sido diferente? Você não seria quem é. Mas, Lice, essa é a minha intenção: voltar uma escolha para não ter mais essa tristeza que eu carrego.
Talvez a patética seja eu. A muda, a quieta, a sem vontades, sonhos ou desejos. A que é simplesmente levada pelo vento, batendo em todos os obstáculos presentes, colecionando as dores. Talvez a ridícula seja eu, passiva, sem poder de escolha. Nunca escolhi nada na vida, nunca vi outro caminho. E se tivesse visto, não teria seguido. Meu medo de viver me domina.
Porém, acredito em escolhas inconscientes. As situações são apresentadas a nós e reagimos de determinada maneira, pensando ou não. Se, em algum ponto na minha vida “decidi” me importar, gostaria de ter olhado pro lado e visto o caminho que todos os outros estavam seguindo. Ninguém se importa, ninguém se desgasta, ninguém se estressa por pequenas [até mesmo grandes] coisas. Queria ser leve... “Push me down, I don’t care, I’m as light as air”.
Então acho que, no fundo, preferia ser igual a todo mundo, a ser a estranha que sou.
Um comentário:
E você?
"Se pudesse voltar atrás em alguma escolha, qual seria?"
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