Não é a sua vez de falar agora?
Me olha com meio sorriso, me desfaz de meu abrigo. Tudo o que eu quero sentir é que eu sou apenas real, quero me sentir comigo. Vá em silêncio, sem meias palavras. Contorna verdades meio encabulada. E ninguém me responde... De quem é a fala?
No meio de tudo tem o nada; que tem uma estrada deserta, no meio, pontilhada. Uma tesoura que me rasga ao meio, sangra meus segredos, me desliga da tomada. Ando meio desligado, meio sem fronteira, sem barreira, infinito. Seu coração pode conter tudo que não foi dito?
Eu me sinto como uma vibração. Uma corda que bate forte um contrabaixo, arrancando unhas e fazendo crescer a raiva conforme eu cresço. Então eu raxo e quase desapareço. Ando a meio passo, meio acorde, e cresço só metade. Me sinto no meio do nada, no meio de mim mesmo, com meia idade.
De quem é o silêncio? Do medo e vaidade; ou da vergonha e do receio. Mas mesmo assim, assim mesmo, tudo meio a meio.
2 comentários:
meio-dia.
Lindo poema em prosa
=]
Postar um comentário