Todos sacam as armas mesmo antes de nos dirigirmos a palavra, agindo como se não nos atingissem as consequências, apontando-as aos outros, que invariavelmente nos apontam. O dedo coça no gatilho, ninguém se importa mais mesmo, por que não?
Mais justo seria se todos fizéssemos uma festa de facas, doces lâminas apaixonadas prontas para nos beijar e nos marcar pra sempre. Mas as deixamos guardadas em nossas costas e nunca conseguimos alcançá-las, isso sim parece justo. Com armas a bala fere, com lâminas nós ferimos. Nunca e para sempre.
O melhor é a tentativa, quando atingimos o maior nível de mediocridade e parecemos minhocas fora da terra nos contorcendo para alcançá-las. Quando essa cegas chance falha, é hora de mudarmos.
Em mim há várias marcas e buracos negros que faz escapar tudo que está dentro. Sangue, sêmem, merda, palavras, pensamentos, sonhos... Derretidos e diluídos. Escorrem pelos meus orifícios sem parar, nunca vai parar. E para sempre.
Como venceremos se lutamos contra nós mesmos?
Epílogo
Vejo o futuro escorrendo pelas nossas mãos, como água suja que só beberíamos se tivéssemos muita sede. Mas dançamos no compasso da Máquina de Diversão, na qual os gritos inocentes se calam à nossa dor... E tudo termina escorrido no chão, alimentando vermes.
2 comentários:
Bem assim mesmo.
"Vejo o futuro escorrendo pelas nossas mãos, como água suja que só beberíamos se tivéssemos muita sede."
Como venceremos se lutamos contra nós mesmos?
- boa pergunta.
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