23 de fevereiro de 2007
Swing
Just like the swing. The wind on the hair, arms and body. Forward and backwards. Exactly as the tall trees. When it's the highest one can reach, time stops for just a tiny second. It freezes and life is so easy, peaceful. Nothing is wrong, everything is perfect. Happiness. Love. However, gravity (oh, gravity!) is always here. And though it may seem time stands still, it simply does not and must continue its course. So it does. The swing comes down along with the world of dreams and fantasies. The feeling of the journey down is quite the same as up. But that's just physical, not emotional. Back to Earth, close to the land. Why does everything feel better in the air? All the fears come again. The cold, gray and sad reality, in which things aren't all possible. A life with limits... like the moviments of the swing.
21 de fevereiro de 2007
De Tanto Bater...
...Meu coração parou.
18 de fevereiro de 2007
Aonde o Filho Chora e a Mãe Não Vê
4. [Oswaldo Cruz]
Aonde todos foram parar? O que eu estou fazendo aqui, deitado...? Está tão escuro, já não dói mais, mas por que ainda tenho vontade de chorar?
"Eu quero meu bebê de volta. Vou abrir aquele caixão e tirá-lo de lá! Eu quero meu irmão de volta!"
Aonde estão as pessoas, além da minha família, que estavam comigo, que estavam lutando por justiça, lutando para que eu vivesse um pouco mais?... As bandeiras de protesto viraram confete, os gritos viraram música, a marcha virou samba. Me trocaram por lantejoulas brilhantes e fantasias coloridas que vestem sorrisos em corpos semi-nus.
É carnaval, e eu não aconteci.
3. [Madureira]
Minha mãe não consegue me desvencilhar do cinto e o carro avança como se fosse um dos meus carrinhos de fricção. Fiquei preso pelo abdome. Vi minha família ficando pequena, ficando para trás, exatamente como a fé. Elas corriam em vão e gritavam em vão, pois nada parecia deter aquela atitude atroz. Chamava atenção enquanto quicava e roçava minha carne no asfalto que me dilacerava. Eles sabiam que eu estava ali, eles me olhavam pelo retrovisor e andavam em zigue-e-zague para se desfazer de mim. Me desfiz. Carros e motos buzinavam e davam farol alto para que os homens maus parassem o veículo e ainda pudessem salvar minha vida.
"Na primeira curva, a cabeça bateu na proteção da calçada, e o sangue espirrou na minha roupa - conta um motoqueiro - Comecei a gritar e buzinar, mas vi que a criança já estava morta."
O que fiz pra merecer esse suplício? eu sou só uma criança. Me desculpem, seja o que for que tenha feito pra merecer isso, me desculpem, eu não fiz por mal...
2. [Campinho]
Que gritaria é essa? quem são essas pessoas? Não me parecem amigáveis. Eles tem uma arma que parece com uma de brinquedo que tenho lá em casa. Será que eles querem brincar?
"Questionado sobre se sentia remorso pelo que fez, Diego - um dos assassinos -respondeu "Eu não tenho filho".
Acho que querem uma carona. Não, me enganei, eles querem o carro. Sequestro? Não, só o carro mesmo. Minha mãe, que representa um jardim inteiro sendo apenas uma flor, está tremendo e tentando me desatar do cinto; sempre uso o cinto de segurança - para dar proteção - diz ela. Minha irmã está chorando. E eu. Elas descem do carro, eu quero descer. Nós estavámos indo pra casa nova jantar. Eu gosto muito de macarrão, mas acho que vai ter peixe. Tudo bem.
1. [Cascadura]
Meu nome é Hélio, João Hélio, mas eu não gosto muito de "João" e dizem que tenho esse nome, Hélio - elemento químico de número atômico 2, da família dos gases nobres - por ser mais leve que o ar. Mas isso eu ainda vou aprender. Tenho 6 anos, gosto de brincar, desenhar, ir à escola...
15 de fevereiro de 2007
1 Ano - 100 Previsões.
Eu. Eu... eu. Não sei se existe a possibilidade de me conhecer, pois estou em constante mudança e contraversão; não sei nem se existe a possibilidade de conhecermos alguém. Deve-se enxergar os ossos. Nasce WonderlandO. [uma conversa inusitada na busca de auto-conhecimento. Você, Alice, está contida em mim. Me absorva.]
Seria ele nossa visão raio-x? Através dele, você me vê? Vê mais do que quando realmente estamos juntos? Eu te vejo, não só através de cada letra estrategicamente colocada nos textos, mas também em cada palavra que você exclui de seus pensamentos. Leio o Yuri e o não-Yuri. No entanto, por vezes, não compreendo nem um, nem outro.
A entendo por não entender. Nem eu mesmo entendo (como já havia dito, escrito, gritado, murmurado...). Wonderlando está como pequenos raios-de-sol que invadem as frestas das janelas dum bairro de lama após uma tempestade devastadora. Transparece o que é e o que poderia ter sido; talvez até num momento que ainda dê tempo de ser. Um farol de carro na madrugada que encontra o abandono... E com tristezas, acasos e leves sorrisos, construímos nossa estrada tijolo por tijolo. Pra onde vamos?! Não importa, não me importa...
Realmente não importa? Claro que importa! Aqui está o produto das nossas igualdades e desigualdades e de que ele importaria se nos levasse a caminhos opostos? Ou pior: caminhos paralelos, sem encruzilhadas futuras ou passadas? O Wonderlando é um meio de nós ficarmos nessa mesma estrada. E ele, mesmo em sua tristeza, me inspira alegria de não estar mais sozinha num caminho incerto. O caminho é incerto ou o incerto somos nós? O Wonderlando sabe. [explore-nos]