Allan me acorda. Está frio. Quando finalmente resolvo atender a seus apelos, o vejo dormindo ao meu lado. O sono dos mais pesados. Allan não acordou aquela noite. Era cedo ou tarde, não sei dizer exatamente o quanto três horas da madrugada significam. Lendas urbanas dizem que é a hora do diabo. Eu sou o diabo, ao mesmo tempo em que não acredito.
Acordo Allan, que quando acorda, me vê dormindo ao seu lado. O mais profundo sonhar. Ele está cada vez mais comigo e se faz cada vez menos eu. Olha as horas, mas o que representam esses números? Lendas urbanas dizem que Allan não existe. Ele se acha deus.
O acompanho até a saída de mim, quando dei por mim, eu é quem havia saído. Trancado pra fora, nu, vestindo apenas uma forca ao redor do pescoço. Corro para as colinas, a inquisição me aguarda. Allan está lá a minha espera sem carta de alforria. Todos estão presentes. Me encapuzaram e preparam para o ritual. Meu pescoço quebra, Allan cai.
Eu acordo caindo. Allan dorme ao meu lado. Acorda assustado, caindo. Me procura. Acordo. Allan acorda. Eu sou o monstro embaixo da cama.
2 comentários:
Wazooowski
Amávelmente surreal!
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