Allan, eu fiz algo
ruim. Entrei numa briga por causa de drogas. No começo era discussão,
argumentos de intelectuais conversando sobre teorias, pesquisas e experiências.
Depois acabamos usando um monte de coisa e bati num cara porque era ele ou eu
não queria. Foi uma baita confusão, você teria sentido vergonha de mim. Eu sim.
Eu tenho trabalhado demais. De
oito a dez horas num emprego fixo mais umas duas, três horas, fazendo bico pela
noite. Depois que ela me deixou, ocupei minha cabeça entre uns goles e outros
de qualquer coisa que me mantenha acordado e me faça esquecer. O Zé é meu lugar
preferido. Bafo inflamável.
Minha carência faz com que eu
me ignore mas não me deixe só, criando situações para que nos encontremos, nos
acariciemos e troquemos confissões shhh bem baixinho porque é segredo. Não falo
mais sozinho, acabei me desentendendo aí brigamos – me dei um baita soco e
nunca mais me falei até então.
Com certa freqüência, procuro corpos que não
deixem o meu descansar. Encontrei Claudia. “Suas roupas sempre deslizam tão
rápido e suavemente pelo seu corpo?” – enquanto eu desenroscava os pés presos
na calça, você chegou. Um ménage à trois está bom. Foi sua primeira vez. Nos
consumimos.
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