Começo a cair lentamente em direção ao asfalto pensando "merda, de novo?!". A rua estava vazia, parece que as pessoas não tem aonde ir. Está sempre vazia quando as lojas estão fechadas.
O espelho girava no ar me mostrando o passado e o presente. Confetes e serpentinas choviam de dentro da minha roupa fazendo uma tempestade psicodélica. Era sangue, mais sangue que vazava. Quando minha cabeça bateu no asfalto eu só pensava no que poderia ser real. Não tinha ninguém comigo, isso era real. Mas e a música e aquela zona alegórica toda?
De tanto pensar, pensei que não estivesse ali. Eu imaginava muito menos. Nem tanto, nem tudo. Folias, drogas, sexo. Tudo por baixo de fantasias, ilusões de felicidade. Eu não tive nada além de brigas, bebidas, visitas a outros lugares da minha mente, distância e solidão.
O espelho girou no ar até cair e se partir inteiro. Logo os restos foram recolhidos e o feriado acabou, anunciando não só um dia de cinzas.
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