Eu encontrei conforto em seu túmulo. Não foi a primeira vez que me abandonou, então tudo bem, já acostumei. Não dói mais, estou anestesiada com suas idas e vindas, seus adeus sem despedida e de suas voltas agressivas.
Agora que se foi de verdade, posso respirar tranquila e te abraçar, dar o amor que você ignorou e tanto fugiu. Como é difícil amar poeta, que hora ama, hora odeia... Me usa só para escrever. Agora quem é herdeira da caneta sou eu.
Talvez eu tenha dito e feito coisas erradas para sua natureza. Conduzi como pude, com carinho de quem te quer, de quem acaba de ganhar algo que queria muito mas ainda não aprendeu a mexer. Não deu tempo.
Eu queria acender as luzes e te ver na minha frente, abrir os olhos na minha cama e te enxergar na horizontal. Mas o que mais sinto falta é do peso do abraço e da força que teu coração batia em mim. Sempre ajudando a doer um pouco menos, às vezes um pouco mais.
Ainda quero me afogar quando você se vai sem ter me ensinado como respirar com sua sensibilidade. Ainda me encaro em todas as imagens nos espelhos que te refletem, só assim você pode ver como eu me sinto também - pelo menos é o que eu acredito. Tente me enxergar através da distância, eu sei que nem todos são tão belos de perto, mas eu só... Nem sei, deixa pra lá.
... Não se pode ter tudo, pelo menos assim tenho você.
5 comentários:
lembro de quando me mostrou esse texto =]
gostei demais yurito!
;**
muuito bom!
o interessante é q nem parece ser um texto seu. acho q conseguiu se distanciar bem, a ponto de dar um pouco o olhar de "outra pessoa", sei lá.
Coube bem na minha dor de cotovelo infindável... mas nem sei, deixa pra lá. :~
isso dá um nó nas tripas!
por hora. ..vale ressaltar que essa casa está muito mais agradável!!!
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