Sejam bem-vindos ao outro lado do espelho, onde tudo pode acontecer (e acontece).

Wonderlando é um blog sobre textos diversos, descobrimentos e crescimento. A filosofia gira em torno do acaso, misturando fantasia e realidade de dois amigos que se conheceram também por acaso, Alice - que tem um país só seu -, e Yuri - chapeleiro e maluco nas horas vagas.

Leia, comente e volte sempre... Ou faça como a gente e não saia nunca mais.

5 de abril de 2006

Toque... quero o toque, mesmo o do estranho homem

São tantos os sentidos... como você sabe que este é o final do seu corpo? É um sentido que nem percebemos que é!

Mas dentre estes 5... eu desistiria do olfato. É o que menos faria falta pra mim, e sei que existem pessoas vivendo normalmente sem ele. Só sentiria falta do cheiro das pessoas... aquele cheiro que do nada nos lembra coisas tão boas... mas há também as lembranças ruins.

O sentido que nunca desistiria é o tato. É provado cientificamente que chimpanzés que foram criados por máquinas frias, mas que ainda os alimentavam, morreram. Outra coisa é que se você não tem tato, como vai saber se tem algo te encostando, se você não está com seu pé em cima de um prego, ou se algo muito quente está na sua pele? Você morrerá. Fora isso, eu amo o toque... lembra do que eu te disse quarta? Que estava com saudade de tocar as pessoas, abraçá-las, senti-las em mim. Não sei viver sem isso. Prefiro abraçar pessoa ensopadas de chuva, do que nunca sentir seu calor.

A audição, nossa... viver sem ouvir música, vozes, sua risada não dá.

O paladar... não sou muito de comer, não vejo muito prazer nisso, mas creio que não há graça nenhuma comer coisas sem sabor. Sentir prazer em comer é uma forma de manter nossa sobrevivência. Não comeríamos nada se tudo tivesse gosto de jiló.

A visão... ver o mundo, ver as belezas... muito difícil viver sem... mas seria uma experiência diferente conviver com as pessoas sem julgá-las pela aparência... eu julgo infelizmente.

And yu?

***

Você sabe o que são Grim Reappers? São pessoas que morreram, mas ainda ficam na Terra para recolher a alma dos que irão morrer. Eles tocam a pessoa e ela morre logo depois.

Eu estava atravessando a Paulista, quando percebi ser olhada por um estranho homem. Não um olhar do tipo "checking me out", outro olhar... bem nos meus olhos, lá no fundo de mim. E logo depois eu e ele nos esbarramos. Não foi um encostão violento, foi algo bem sutil... um simples toque suave.

Eu parei, olhei para trás, ele ainda andava. Retomei meu curso e cheguei na calçada. Parei novamente e pensei "eu posso morrer agora". Nossa, Yu, fiquei com medo. Eu realmente poderia ter morrido naquele instante. Ou nos segundos a seguir. Suspense.

Conforme eu avançava, passos hesitantes, eu imaginava "o que poderia me matar agora? uma queda de um avião?" e olhei para o céu. Nada. Céu limpo, sem nuvens chuvosas à vista, sem possíveis raios pelo meu corpo.

Olhei para a rua e um táxi vinha em alta velocidade, zigue-zague-ando. "Atropelada?". Não, não dessa vez.

Passaram alguns minutos sem mudanças e eu relativamente me acalmei. Já havia decorrido um tempo desde o esbarrar com o suspeito homem. Talvez eu não fosse mais morrer. Que bom.

Porém minha mente não parava. Idéias surgiram, medos afloraram, pensamentos tristes. Ainda há muito que quero fazer... deveria eu falar tudo o que sinto para as pessoas caso eu não as veja mais?

***

Conversa no elevador - como eu queria que você estivesse lá.

Mulher no celular:
- O quê? Oi? Alô? Estou no elevador, acho que vai cair.

Minha mãe pára e vira:
- Que frase estranha para se falar num elevador: "Estou no elevador e acho que vai cair".

[hahaahahahahahahahahahahahahahahahahaha - eu vermelha, rindo como louca maníaca, num pequeno elevador, com muitos pares de olhos sobre mim]

Claro que a mulher se referia à queda da ligação, se não eu não estaria aqui e, sim, num poço de elevador.

2 comentários:

Alice disse...

amooooo nosso blog
faz tão bem pra mim
vc tem tbm! heheehe

Yuri Kiddo disse...

minha risada?! haUHAuaHUAhaUHAuhaUHAuhaUA

imagina eu nesse elevador ae!!!