Antigamente, eu achava o verão minha estação preferida. Aquele calor me excitava, mas também me fadigava. Não tem sono no verão porque o Sol não deixa, absurdo!, e eu me culpando de tudo. Com o tempo e as pintas que ganhei do Sol, percebi que o verão é igual açúcar - enjoa. E eu derretia a cada gota de suor. O verão desgasta.
Enjoado, tentei me convencer de que era a primavera minha estação favorita. Com todas aquelas flores e cores e perfumes. O gosto doce e amargo da vida num pêssego fresco. Aí percebi os insetos e alergias. Percebi também que não havia ninguém para presentear com flores. Apodrecia com os frutos, a primavera já não parece tão favorita.
Eu gosto mesmo é do outono. É a estação fúnebre, de galhos secos e folhas mortas. O cenário cinza. Por vezes ensolarado, de vento gelado, de longas noites... A estação indecisa e controversa que faz o que bem entender, sem precisar seguir regras, a não ser destruir o que a primavera plantou. A vida precisa morrer, essa regra não foi eu quem inventou.
Do inverno nunca gostei, ele não tem coração. E tenta compensar com filmes ruins e fondue. Tem lá sua graça, mas também não é de toda graça. Tem lá seu charme. Lá, não aqui, porque é uma estação que precisa de dinheiro. Dinheiro e companhia para se esquentar embaixo do edredom, para suar como no verão, para presentear com flores da primavera e para morrer, como no outono.
3 comentários:
Adorei a definição do outono.
Nunca tinha pensado nele como uma estação indecisa, deve ser por isso que gosto muito. Identificação.
=**
eu acho que as pessoas ficam mais bonitas no inverno.
não gosto de indecisões gosto de extremos,certeza.sou fresca e fria.prefiro o inverno.=P
Gosto mais do outono também, porque nele podemos viver um pouco de todas as estações.
Como se aqui as estações fossem tão definidas... não vejo morte no outono.
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