Um momento me abate, depois de outro me tirar a franja dos olhos. Andei por outros e desejei o que já tinha. Voei de volta, outra eu, para o mesmo de antes. Vi tudo que ansiava nas nuvens e, tola, imaginei que o tinha. Esqueci que isso eu não tinha. Então não pousei, despenquei. E vi de novo a visão das nuvens e vi que sonhei. O final não era feliz. Chorei e me desesperei, não sabia onde tinha ido tudo para o que ansiei voltar. E assim, tão rápido quanto as coisas mudam nessa história, meu choro fez tudo ser o que era antes, e fiquei confusa e com medo. Vi novamente o delírio das nuvens, e o final triste agora não era tão triste, tinha esperança ali e o prólogo alegre compensava a incerteza que se seguia. Valia a pena, pensei.
Mas, quase sem pontuação e num só fôlego, a visão se tornou música e o final veio antes do esperado. O meio mais breve não avisou que o impacto do triste fim estava logo ali. Por horas e dias ouvi sem parar a trilha do sonho e tudo ficou azul, triste, com tanto espaço e sem esperança. Fui jogada de um lado para o outro da trama, enquanto piscava, e perdi todo o meio. Não sei mais qual visão tive, se a linda e esperançosa, ou a triste e fatalista.
Sinto, porém, que neste frio, um urso cinzento me abraça e esquenta.
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