Dias de confusão
Se estendem
Além do seu são.
Compreensão
Que se faz necessária conforme as horas passam,
Lentamente.
Porém não
– alegam que ele está doente.
- Ainda?
- Não, dessa vez é da cabeça, ele está pior –
Ouvia as conversas pelas finas paredes a seu redor.
Há muito tempo não sentia
O sol de uma forma harmoniosa.
Saiu depois de muitos dias
Trancado em casa,
Andando naqueles mesmos metros
Quadrados,
Vivendo um mundo
Quadrado,
Se comunicando
Quadrado,
Apenas com os dedos no
Teclado.
Movimentos atrofiados,
Língua atrofiada. Andou
Em direção a nada,
Encontrou desencontros enquanto
Sentado
Esperava
Na velha escada.
Todas as mudanças em seu caminho,
Desejando se veria novas estradas.
Usou o tempo
Para pensar sobre o que costuma
Esquecer.
Amou.
Ela dizia
- Vou onde você estiver.
- Eu não sei onde estou.
Não vai arriscar outro tão logo.
Seu reflexo era a companhia em
Não tão raros monólogos.
Conversava sozinho sobre tudo o que inexistia,
Pensando haver multidão.
Assim usou
E foi usado
Pelos dias
Que vieram,
Que já vão,
Que seguem
Sem direção
Ele que mal dormia,
Agora passa horas deitado,
Olhando para cima, pedindo
Para deixar recado.
Parou de sonhar para viver
Sem querer ser
A realidade das madrugadas que o acordavam
Dizendo que alguém voava sob efeito de
Ácido.
Ou que se cortava no quarto
Ao lado.
Não o confronte com falhas,
Ainda está quente
O sangue na navalha.
- Canalha!
E aqueles que ainda acreditavam,
Perguntavam
Por onde anda sua mente aflita
– Não minta, como você está?
– Tudo bem.
Grita.
Não fala com quase ninguém.
– Como assim ninguém? – É isso aí, meu bem...
Maluquinho de dar pena. - Não chega perto que envenena.
Fobia
Enjoo
Dia após
Dia
Nunca pede por
Socorro.
Dói a garganta
E o coração
Os amigos cansam,
Não mais dançam
Estão com medo
De viver a vida que ele canta
Nos acordes de seu violão.
Assim usou
E foi usado
Pelos dias
Que vieram,
Que já vão,
Que seguem
Sem direção
Dias de confusão.
Um comentário:
Na lata
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