Uma briga. Eu não sei ao certo, vamos definir como sendo uma briga. Papéis voam com o vento e impede uma visão clara do que acontece ali. Eu não posso impedir nada, não consigo. Não quero. Sou eu quem tenta apartar a briga, sou eu quem segura e solta as armas. Sou eu quem o mato. Algo que tomou conta de mim por poucos minutos, que pareceram horas, que parecerão dias, que serão semanas...
Uma faca em minhas mãos. Uma faca suja em minhas mãos. Sujas. Um corpo, o ar agora é todo meu. Minha sede eu mato bebendo como um cão o sangue do chão. Eu mato. Matei aquele corpo como se fosse só um pedaço de carne banal, daquelas de animais que a gente mata sem rancor. Eu não me sentia culpado. E perdi a conta de quantas vezes a faca em meus punhos cerrados se afogou em ti.
Meu rosto futuro. Morto. Meu antepassado, morto. Por minhas próprias mãos, com meu próprio ódio. Enterro-o num lugar óbvio, ninguém procura no óbvio. Os dias passavam e eu fingia chorar sua perda, mas chorava outros turbilhões de motivos que nos acompanham quando tiramos a vida de alguém.
Eu deixava pistas para que fosse encontrado. Eu era o culpado daquilo tudo e merecia minha punição. Mas não queria que fosse fácil para eles. Não estava sendo pra mim, por que para eles seria? Quando desenterraram o resto da carcaça daquilo que um dia pude chamar de família, havia um rombo em seu peito, um buraco oco e vazio. "Aonde foi parar o coração?" todos se perguntavam.
Não me lembrava de ter arrancado seu coração. Estava tão assustado que só pensava em sumir com seu resto e com o que sobrou de mim. Facadas, arranhões, unhas e mordidas em seu peito até alcançar seu coração. E lá estava. Tristonho e jovem, como não te conheci. Experimentei e serviu direitinho. "Eu também preciso de amor, ____,e você cobrava isso. Agora a sala vazia dentro de mim estava completa com o coração de outro. O seu, ha ha ha ha". - Eu enlouquecia. Eu me lembro agora. Um coração vazio, num espaço vazio. Sem nada. Eu havia jogado o meu fora, por que o de outro alguém me serviria? Estúpido
Então servi a mim mesmo aquele coração no jantar. Chorei até que meus olhos cansassem e dormissem. Esperei no mundo dos sonhos até que me achassem. Entraram em meu esconderijo com armas e gritos. Quando acordei, acordei.
Uma faca em minhas mãos. Uma faca suja em minhas mãos. Sujas. Um corpo, o ar agora é todo meu. Minha sede eu mato bebendo como um cão o sangue do chão. Eu mato. Matei aquele corpo como se fosse só um pedaço de carne banal, daquelas de animais que a gente mata sem rancor. Eu não me sentia culpado. E perdi a conta de quantas vezes a faca em meus punhos cerrados se afogou em ti.
Meu rosto futuro. Morto. Meu antepassado, morto. Por minhas próprias mãos, com meu próprio ódio. Enterro-o num lugar óbvio, ninguém procura no óbvio. Os dias passavam e eu fingia chorar sua perda, mas chorava outros turbilhões de motivos que nos acompanham quando tiramos a vida de alguém.
Eu deixava pistas para que fosse encontrado. Eu era o culpado daquilo tudo e merecia minha punição. Mas não queria que fosse fácil para eles. Não estava sendo pra mim, por que para eles seria? Quando desenterraram o resto da carcaça daquilo que um dia pude chamar de família, havia um rombo em seu peito, um buraco oco e vazio. "Aonde foi parar o coração?" todos se perguntavam.
Não me lembrava de ter arrancado seu coração. Estava tão assustado que só pensava em sumir com seu resto e com o que sobrou de mim. Facadas, arranhões, unhas e mordidas em seu peito até alcançar seu coração. E lá estava. Tristonho e jovem, como não te conheci. Experimentei e serviu direitinho. "Eu também preciso de amor, ____,e você cobrava isso. Agora a sala vazia dentro de mim estava completa com o coração de outro. O seu, ha ha ha ha". - Eu enlouquecia. Eu me lembro agora. Um coração vazio, num espaço vazio. Sem nada. Eu havia jogado o meu fora, por que o de outro alguém me serviria? Estúpido
Então servi a mim mesmo aquele coração no jantar. Chorei até que meus olhos cansassem e dormissem. Esperei no mundo dos sonhos até que me achassem. Entraram em meu esconderijo com armas e gritos. Quando acordei, acordei.
Um comentário:
ahhh, esse é seu! hahaha
Tá bem do jeito dos primeiros textos seus que eu li. Lembra aquele que vc matava a Alice??
Não é bem o que gosto de ler, mas o texto está muito bom, Yu.
=**
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