“Você tem algo com final feliz?”
“Você tem algo contra final feliz?”
“Você tem final?”
“Você é o fim”.
Quando a gente chegou ao fim, eu o quis primeiro quando ela quis antes de mim. São palavras que não se encontram em letras destacadas que não significam. As lembranças na porta branca rodeiam pensamentos de outrora.
No céu laranja, tons sobre tons de azul, roxo e lilás guiavam um navio de cristal, que se refletia na pista de vidro abaixo de nós. Pisávamos no inferno quando parecia paraíso. Até o espelho começar a trincar.
Dizem que é um novo começo. O fim vem antes do começo quando o relógio está do avesso e nos permite voltar. Enquanto ela faria tudo igual, eu, tudo e todo diferente. Uma peça de um quebra-cabeça inexistente questionando o que é o bem e o mal. Quem fez assim ser isso?
Eu entrei num ônibus azul cheio de crianças insanas. Todos os adultos não-insanos me olhavam com seus olhos rochosos como se eu fosse um nóia qualquer ou um ladrãozinho barato. Como se eu tivesse algo a dizer, abri minha boca seca e quebrada. Nada.
A música que tocava nos fones soava como uma velha viagem ruim que eu era obrigado a ouvir. Jim não parava de me enlouquecer. Jim e ela. E todos que me encaravam com suas almas vazias.
Eu tenho vários finais. Tive muitos felizes. Não tenho nada contra finais. O irônico é que o fim nunca vai ter fim. Mas só enquanto ele existir. Eu queria acabar por aqui. Queria que tudo acabasse agora.
...
Não consigo me concentrar em nada. Perdi o final do filme, do livro, do texto... Só não perdi o nosso final.
O fim é meu único amigo.
Enquanto eu me fodo,
enquanto chegamos. Fim.
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