Continuação do 3º Capítulo
O pontinho vermelho agora era um mini-vulcão (ou um vulquinho¹). Quanto mais dava atenção àquilo, mais crescia e me desafiava. Meu corpo avisava que estava cansado de tanto procurar ajuda, e a voz na minha cabeça me dizia "Você perdeu, amiguinho. Já era, finitto". Hm, deveria ter ouvido a vozinha metida à italiana.
Aquilo doía, quanto mais eu coçava, mais eu cavava. Pus e sangue fazia da cova em meu peito uma sepultura aberta ao sol. Fedia, claro. Não dava mais para esconder o "machucado". Nós causamos nossas próprias doenças. A minha foi tão bem feita que remédio nenhum ajudava, nem reza, nem macumba, nem nada.
Os ossos doíam a cada respirar. E pude sentir os doze pares de costelas inflamados, o esterno agora estava exposto. Chorava de dor, respirar nunca doeu tanto. Às vezes desmaiava e desejava entrar em coma, sonhar outras dores e quando acordasse nada daquilo estaria acontecendo. Sempre acordava, talvez não desejasse com tanta força assim, nunca tive muita perspectiva mesmo...
¹. Vulquinho porque não concordo na contradição de algo ser –ão ao mesmo tempo que é –inho – vulcãozinho(?), vai entender.
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