Antes eram gritos, e ecoavam pelos corredores do auto-intitulado "lar". Agora já não se ouve quase nada se não prestar atenção. Procure nos cantos, é de lá que vêm os gemidos. O que mata as plantas é o sal das lágrimas. E estamos todos morrendo, como ela(s). As sombras não são nada além de espíritos divagando tão perdidos como qualquer um que eu possa ver. Mas não quero ver ninguém, não quero nada. Queria que tudo fosse embora.
Ela diz exatamente tudo que eu sinto. Mas ela não sabe, e está sentindo agora o que sempre viu em mim e ignorou, fingiu não ser nada. "Não é nada!". Assim, simples, cinicamente acreditando nela mesma. Tem o dobro da minha idade, talvez mais. Nossa diferença é que ela não viveu, enquanto eu luto para não sobreviver. E como pode se abrir tão facilmente daquela maneira? Quase sinto inveja se já não sentisse outras milhões de coisas por ela. Meu pecado é desejar que fosse muda toda vez que grita. Então choraria em cima dela. Queria que ela fosse embora.
Minhas dificuldades aumentaram porque tentam tampar minha visão. Meus olhos que nunca olham o que está, porque a cabeça quer que (a)voe, e o coração. Seu "lar" na verdade nunca existiu, e se existiu, nunca fiz parte dele. Como eu posso chorar por alguém que nunca amei? E ninguém ouve meus pedidos de socorro abafados pelos seus.
...socorro...
...socorro...
...Adeus.
Nenhum comentário:
Postar um comentário