Sejam bem-vindos ao outro lado do espelho, onde tudo pode acontecer (e acontece).

Wonderlando é um blog sobre textos diversos, descobrimentos e crescimento. A filosofia gira em torno do acaso, misturando fantasia e realidade de dois amigos que se conheceram também por acaso, Alice - que tem um país só seu -, e Yuri - chapeleiro e maluco nas horas vagas.

Leia, comente e volte sempre... Ou faça como a gente e não saia nunca mais.

27 de março de 2013

Eu costumava rir dos meus Yuris, mas hoje eu vou chorar

Irônico.

Eu achava graça de como Yuris cruzavam meu caminho, um tanto vazio, com alegria. Meu primeiro amor, meu melhor amigo e meu grande amor. Agora, só des-graça. A felicidade de um, o terceiro, encobria qualquer pesar passado. Até o presente pesar também.

Um dia, achei o nome abençoado. Não tenho mais certeza. Quando a gente repensa, com olhos cheios d'água, os remendos do passado não parecem tão bem feitos assim. Não chega a ser uma ferida reaberta, mais uma constatação de negligência, da realidade que se passou. De certa forma, não deixa de ser uma versão da realidade.

Fui apaixonada por todos e todos me quebraram o coração.

Meu primeiro amor nunca me notou. Foi um grande amigo, talvez nem tão grande quanto o que eu considerava. Um Yuri que se foi numa adolescência solitária que, apesar de resolvida como adulta, sempre será um período problemático.

Meu melhor amigo tinha muito carinho por mim. Mas a gente nem sempre resiste às pressões de afastamento da vida e de opiniões. Brigamos algumas vezes, que me machucaram muito, não quis mais vê-lo ou falar com ele, por um bom tempo. Mas o carinho existe, ainda bem.

Meu grande amor foi o que todo grande amor é. Logo, a marca que deixa quando vai embora é grande igual. Às vezes eu penso que o buraco que ficou é tão grande que deixa de ser buraco e vira o todo, como se o resto que ficou não bastasse pra se sustentar. Um erro, claro. Mas...

Beckett disse que abandonar não é só ir embora, mas deixar o outro partir também. Ele não foi o primeiro a me deixar partir, mas em outras épocas e outras pessoas, eu conseguia cantar que estava indo para sempre e nada mudaria meus sentimentos. Mas acreditava em outros "para sempre" com meus Yuris.

Alice não é nome de princesa, mas de uma garota que sonha e se perde. Não tem para sempre na minha história, só um "acorda, Alice".

20 de fevereiro de 2013

Blue Valentines



Eu sinto a falta. Eu me esgoelava louca para todos que metade de mim tinha sido arrancada e todos diziam que bobinha, não sabe nada da vida. Daí os todos dizem meses depois que é normal eu sentir essa falta, já que metade de mim parou de existir. Então os todos dizem que papel amassado não volta a ser o mesmo e que a tpm é uma medida de tempo, não tomarás decisões nesta data.


A gente faz nossas vidas com os outros e vamos deixando pedaços pelo caminho. Pedacinhos ou não, pra buscar depois... ou não. Os todos dizem que têm coisas que vão ser inacabadas para todo o tempo do sempre e que a gente aprende a viver com isso. De repente os todos gritam “gol”, mas isso não era pra mim, só ouvi no meio de todo o resto.
 
Tem coisas que não são pra mim. Mas a gente vive mesmo assim.