Sejam bem-vindos ao outro lado do espelho, onde tudo pode acontecer (e acontece).

Wonderlando é um blog sobre textos diversos, descobrimentos e crescimento. A filosofia gira em torno do acaso, misturando fantasia e realidade de dois amigos que se conheceram também por acaso, Alice - que tem um país só seu -, e Yuri - chapeleiro e maluco nas horas vagas.

Leia, comente e volte sempre... Ou faça como a gente e não saia nunca mais.

27 de setembro de 2008

Castigo

Eu vejo tudo em câmera lenta
Os carros se movem tão devagar
O Sol não quer se pôr

Eu vejo quando você não aguenta
Por eu não querer ajudar
A curar minha dor

É insuportável
Saber que toda alegria
É de todo mundo menos minha
É insuportável
Carregar sozinho dentro de mim
Essa melancolia
Inexplicável

Eu quero chorar
Por que eu não consigo?
Eu quero acabar comigo

Atirem em mim
Cuspam em mim
Abusem de mim
Façam o que quiserem
Eu só quero sair do castigo

24 de setembro de 2008

Crepúsculo do Ocaso [Outro]

Não havia mais dor
Tudo fazia sentido
Imaginava no caminho
O que teria acontecido

Acordou achando tudo mais bonito
Marcou novas pegadas em equilíbrio
Havia finalmente encontrado
A última peça do quebra-cabeça
O que havia esquecido
A saída do labirinto

Algo estava esquisito
Desfez suas pegadas
Lembrou-se de sua história
Na saída do labirinto
Seguiu de volta às suas memórias
Bagunçou todas as peças
Engoliu os próprios dedos
Lembrou-se daquilo que não ri

No crepúsculo do ocaso
Tomou de volta seus medos
Deu meia volta e voltou a si

Crepúsculo do Ocaso [Tudo é Muito Bonito, Mas Sei Lá]

O mar estava sem ondas e o sol não estava tão quente. Era um fim de tarde de outono como outro qualquer. Na areia, todo o seu caminho percorrido em pedaços de pegadas que viriam logo se desmanchar entre os grãos, seus cabelos emaranhavam com o vento forte a seu favor. Tudo parecia a seu favor.

Estava diferente, percebendo cores e sorrisos. Se via no espelho d'água e aquela imagem parecia fazer tanto sentido... Parecia fazer sentido, tudo era muito bonito. Serenamente, deitou-se para ver o crepúsculo do sol e descobriu o quanto viver vale a pena. Não se sentia só naquele ocaso, e se sentia. Mais próximo de Deus.

Calmo como o mar, seguiu seus passos de volta, sem mais zigue-zaguear em confusões. Tinha encontrado finalmente a saída do labirinto, a última peça do quebra-cabeça que havia perdido em suas desordens banzeiras.

Ouvindo canções lineares, desfez todo o caminho se jogando na areia, agitou o mar e ofendeu as estrelas ainda novas. Rasgou, mastigou e engoliu a peça que faltava, fechou a porta do labirinto se trancando do lado de dentro e apagou as luzes. Já não era tão belo, mas seu sorriso era muito mais sincero. Tudo é muito bonito, mas sei lá.

Alice,

porque eu confio em você.


19 de setembro de 2008

...Paz na Minha Solidão




O mundo está acabando
E logo vamos à Marte
O café é descafeinado
Violência por toda parte
E eu aqui esperando você chegar

Deus pediu as contas no reality show na TV
Celulares fora de área
O silêncio não pode mais dizer
Assistimos via satélite
Na internet,
Todo mundo morrer

Corpos e destroços por todo o caminho
Não se ouve a paz
Cristo viveu pouco demais
Eu vou morrer sozinho

Pensar é obsoleto
Um copo de cianureto
Enquanto espero você chegar

Estrelas-cadentes invadem os céus
Eu descoberto esperando ao léu
Dizem que estou desprotegido
Que eu deveria procurar abrigo
Mas não se escapa da fúria do criador
Dizem que o fogo é quente e destruidor
Dizem que hipnotiza e enfeitiça como o amor

No fim todos procuram salvação
Correm sem direção
e se encontram no abismo
Eu só quero paz na minha solidão

Eu sei que te encontrarei lá embaixo
Mas você ficou de me encontrar
Não estou me escondendo
Estou apenas esperando você chegar




"Não enfrente montros sob pena de te tornares um deles. Lembra-te: se contemplas o abismo, a ti o abismo também contempla."**



* Desenho de SiClark
** Friedrich Nietzsche. Fritz para os mais íntimos.

16 de setembro de 2008

1/2

Não é a sua vez de falar agora?

Me olha com meio sorriso, me desfaz de meu abrigo. Tudo o que eu quero sentir é que eu sou apenas real, quero me sentir comigo. Vá em silêncio, sem meias palavras. Contorna verdades meio encabulada. E ninguém me responde... De quem é a fala?

No meio de tudo tem o nada; que tem uma estrada deserta, no meio, pontilhada. Uma tesoura que me rasga ao meio, sangra meus segredos, me desliga da tomada. Ando meio desligado, meio sem fronteira, sem barreira, infinito. Seu coração pode conter tudo que não foi dito?

Eu me sinto como uma vibração. Uma corda que bate forte um contrabaixo, arrancando unhas e fazendo crescer a raiva conforme eu cresço. Então eu raxo e quase desapareço. Ando a meio passo, meio acorde, e cresço só metade. Me sinto no meio do nada, no meio de mim mesmo, com meia idade.


De quem é o silêncio? Do medo e vaidade; ou da vergonha e do receio. Mas mesmo assim, assim mesmo, tudo meio a meio.

15 de setembro de 2008

The Memory Remains


Passeei pelo passado, retomei memórias deixadas de lado, lembrei de quem eu amava... E nesse furacão nostálgico, me senti perdido, sem história, sem pertencer a nada. Derrubei tudo que havia construído, ou por medo, abandonado. Agora só restam as ruínas do que um dia foi, um dia.

Espero que meu espaço tenha sido preenchido com coisas melhores, como eu não soube fazer. E que as marcas que eu deixei sejam boas, cicatrizadas. Feridas abertas só inflamam, a gente acredita naquilo que quer acreditar, e o cérebro molda o que queremos. A mesma história em várias versões. No fim das contas, é só isso.

Hoje me arrependi tanto, talvez porque hoje tirei o dia pra pensar, pra visitar, pra olhar pra trás e tentar me procurar. Mas não sentiram minha falta, e só deixei a guerra. Assisti a minha decadência sem história. Talvez tenha sido melhor assim.

Hoje falei sozinho, conversamos muito. Admiti erros, mas uma coisa que nunca fui foi traidor, e isso todos têm que admitir. E na minha cabeça tudo gira desordenadamente sobre o que fazer. Eu nem tenho mais vontades. Hoje freei minha vida e percebi que só estou sendo empurrado pra coisas que não me dizem respeito. Pra longe do abismo, por puro egoísmo. Será que ninguém me quer feliz? Me deixem ser feliz! Eu queria que tudo acabasse logo, como um sonho...

03.09.08 / 15:55

11 de setembro de 2008

Vida



























Minhas palavras são gargantas cortadas. Eu me sinto tão envergonhado em falar. Qualquer palavra dirijida, tantas coisas erradas. Uma pilha de ossos é construída, lentamente em meu caminho. falo falo falo, Falo sozinho. Isso é a vida.

Olho no céu, os holofotes procuram os espíritos dos pássaros que deveriam voar. Ninguém sabe explicar, ninguém consegue dizer. Como podemos esquecer, mas não perdoar?

9 de setembro de 2008

O Diário de Allan

Ufa, até que enfim estamos de volta. Estava de férias com o Allan e fizemos um diário:

04 Julho: No acampamento, Allan arranjou uma bandeira gigantesca dos Estados Unidos. Como havíamos esquecido nossos cobertores, não íamos mais passar frio. Limpei meu cú com a bandeira e Allan a comeu. Ainda usamos o pano patriótico como toalha de mesa e fizemos uma fogueira. Não passamos frio.

07 Julho (3h22): Allan acordou agitado e se debatendo, foi até o rio e chorou porque não enxergava o próprio rosto no escuro. Me convenceu a chorar porque também não conseguia vê-lo, nem a mim. Choramos com olhos ausentes.

08 Julho (16h): Montamos uma fortaleza feita de terra. Revelei que tinha medo da Morte. Allan começou a cavar e comer a terra e esticou a mão me oferecendo um punhado com aqueles olhos pidonchos: "Coma a terra antes que ela te coma e não mais temerás" - Estava faminto.

14 de Julho: Estamos em guerra, é uma emboscada, fujam todos!!

17 de Julho (9h): Onde estou? Quem sou eu?

20 de Julho: Tudo está conforme o planejado, aniquilamos o inimigo e temos comida para mais uns 18 dias. Eu estou ferido, mas estou bem. Brincar é coisa séria por aqui.

22 de Julho (0h21): Ontem eu ganhei uma festa surpresa com direito a fogos e uma viagem espacial e tudo mais. Respirar uma estrela é muito legal, estou brilhando no escuro até agora.

25 de Julho: Hora de arrumar as malas, Allan não acredita em malas, nunca sabe o que trazer, então não trás nada. Ficou pelado a maior parte da viagem. Fiquei também até enroscar meu pinto num cacto, tive que arrancá-lo.


26 de Julho (12h12): TCHAU!
Allan: OI!
Tudo bem, depende do ponto de vista.

27 de Julho (voltando pra casa): Allan me mostrou o que sabia de inglês:
- Câmon Éllan iú fóquin bíti, transleite vaqueition.
- Vacação!

30 de Julho: Ficamos indiferentes na casa do Allan, como se nada tivesse acontecido. O efeito tinha acabado e nos voltamos para nós mesmos. Allan não demonstra emoções, e é muito difícil decifrar seus sentimentos por conta disso. Mas não sei, ele me olhou tristemente hoje. Acho que a culpa é minha.



Novidades [o]

Depois de longas férias, voltamos! \o/

E com algumas novidades: agora temos Marcadores que ajudam a encontrar portas no labirinto, e o Wonder World, que mostra quem também atravessa o espelho ao redor do mundo, e a nossa apresentação, que não serve pra nada mas é legal.


Então sejamos todos bem-vindos de volta, voltem sempre (ou não saiam mais).

8 de setembro de 2008

300


Uma palavra para cada post até aqui:

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Yu & Alice