Sejam bem-vindos ao outro lado do espelho, onde tudo pode acontecer (e acontece).

Wonderlando é um blog sobre textos diversos, descobrimentos e crescimento. A filosofia gira em torno do acaso, misturando fantasia e realidade de dois amigos que se conheceram também por acaso, Alice - que tem um país só seu -, e Yuri - chapeleiro e maluco nas horas vagas.

Leia, comente e volte sempre... Ou faça como a gente e não saia nunca mais.

31 de dezembro de 2006

The Great Below

2xx6 vai tarde e com a marca do meu pé em sua bunda fedida.

Esses 365 dias foram dias de descobertas. No começo do ano pude sentir amor e muitas mudanças. Pude sentir uma fé de que as coisas iriam melhorar, mesmo eu não me sentindo disposto a fazer com que isso aconteça. Eu estava errado. Conheci pessoas novas nas quais souberam lidar com meu gênio um tanto quanto, temperamental, diria; que fizeram meu ano valer a pena, que me ensinaram grandes coisas e que me deixaram participar de seus problemas e soluções, contando comigo pra chorar sorrindo, e na maioria das vezes, só chorar mesmo. Perdi pessoas importantes, perdi respeito de quem admirava quase com idolatria.
Foi um ano de erros e vergonhas. Erros irreparáveis que não tive capacidade de consertar mesmo tendo oportunidade. Cumpri bastante metas que tinha feito pra 2xx6, isso é bom. Arranjei um emprego, passei a usar mais calça, tive que cortar o cabelo e a barba, senti vergonha de mim mesmo. Foi a primeira vez que tive vergonha de ser eu mesmo. Foi a primeira vez que me arrependi de ser eu mesmo. Foi um ano de paixões e arrependimentos. Situações que gostaria de apagar. 2xx6 pra mim se resume nisso, nessa mancha embaçada que não tem jeito de tirar e que todos verão. Se eu pudesse, apagaria esse ano. Os momentos bons foram ótimos, mas não compensam o peso que carrego agora.
Foi um ano que quando começou, pensei que me sentiria mais livre, menos depressivo, sei lá. Exatamente o contrário. Tive minhas maiores crises depressivas, causei mais incidentes, me sabotei muito mais. Foi um ano de descobertas. Descobri que não sou tão legal ou tão essencial quanto pensei que fosse. Mas descobri isso das piores maneiras possíveis. Descobri que meus problemas estão cada vez mais sérios e que não faço idéia de como reparar toda a bola de neve que construí. Descobri que minha personalidade é uma bosta e que tudo que eu acredito parece estar errado.
Foi um ano de despedidas. O amor se transformou em mágoa, raiva; eu levei tanto na cabeça nesse último semestre que perdi a noção em quê acreditar, em quê ter esperança... quem está certo? quem está errado? Não faço idéia. E minhas risadas ao fim de tudo isso é de desespero.


...
Para 2xx7 eu não espero muita coisa. Espero manter o pouco que resta, meus amigos que sobraram, meu emprego que me entristece ainda mais, essas coisas... Que nossas conversas sejam mais frequentes, e nossos posts aqui também [nosso Wonderlando tá crescendo tão rápido, quem diria?!]. Espero que consiga finalmente estudar o que eu tenho vontade, isso é algo que levarei com determinação para 2xx7. Não tenho muitos planos pro ano que prossegue, apenas isso que eu citei acima, o resto será consequência. Quero sair mais, conhecer mais lugares que não conheci por falta de oportunidade e dinheiro, quero me arriscar ainda mais e morrer sabendo que fiz muito do que queria fazer.
"2xx7, pior que 2xx6 não fica". Caaaalma que não quero pagar minha língua. Vou falar menos o que penso também.

Amanhã tudo será igual

Para 2006 tive uma só resolução: perder meus neuróticos controles. Isso era tudo que eu queria, era melhorar, era mudar, era ser as light as air. Tentei, mas falhei.

Comecei até que bem, fiz coisas que nunca tinha feito, em rápidas decisões e rápidos impulsos que me trouxeram imediatas felicidades, porém tristes fins. Li minha Bíblia para a tarefa por mim imposta, aprendi e amei as lições. Entretanto, ainda sou o Leão Covarde e nada conquistei. Medo, medo, medo, medo.

Mas fui feliz, muito feliz, muitas borboletas no estômago, muito amor no coração. E chorei, chorei muito, por motivos e motivos, de incapacidade e decepção à dor física. E como doeu.

Então conheci gente nova, decidi buscar gente nova, decidi mudar e melhorar. Meu pessimismo foi duro de superar, tanto que não superei. A ignorância alheia não me ajudou também. Mas conheci pessoas que fizeram os piores momentos valer a pena. Vi-as crescer.

Agüentei lamúrias e baboseiras de amigos. Santa paciência que não tenho. Mas tive também as mais belas provas de amizade e o maior carinho. Carinho sempre procurado nas pessoas erradas. De repente, apareceu; me pegou de surpresa e me chocou. Acho que estou boba até agora. Sim, eu sou especial (por mais que eu discorde disso).

Confusa? Sempre.

E tive meu melhor aniversário, com as melhores pessoas, com os melhores feitos. Senti um amor novo, verdadeiro. Fui feliz. Mas a minha paixão proibida se provou errada quando o silêncio foi maior. Porém, final feliz existe sim. Esse tanto eu aprendi.

Ganhei e perdi. Saldo? Positivo. Foi um ano difícil, mas ainda estou aqui, não estou? E permanecerei no nosso 2º ano, 11º ano dela, 5º ano da maldita... meu 20º ano.

***

Pelo ano maravilhoso que você me deu:
Obrigada, querido.

***

E para 2007, o que eu quero? Não sei se é possível manter resoluções anteriores, creio que isso é manter-se no passado e não é isso que eu quero. Então não desejarei perder os meus controles (mas não que eu não vá tentar!).

E que tal aprender a deixar as coisas onde devem ficar? Tolerância, seja bem vinda! Agora eu rio. Quem me conhece, ri junto. Esses adjetivos, como tolerância e paciência, não me vestem bem. Mas se eu não começar a mudar, terei problemas maiores comparados aos de hoje. Aceitar o que vier.

Minha resolução: aceitar, ser tolerante e paciente.

Que o Acaso me ajude!

24 de dezembro de 2006

Count to 6 and Die

Outro dia enchi um balde com água gelada e bastante gelo e enfiei minha cabeça lá. Como se soubesse que por reflexo, instinto de viver, fosse recuar. Não recuei, não procurei o ar, não me deixei abater. Aqueles segundos em câmera lenta passavam sofridos enquanto me perguntava quanto tempo aguentaria ali. Enquanto me perguntava se existia a possibilidade de fazer o contrário: estar dentro do balde e por a cabeça pra fora da margem d'água e me afogar no ar. É como eu me sinto. E não conseguia pensar em nada enquanto a água me afogava e me fazia sentir alguma coisa... finalmente sentia alguma coisa. Engasgava nos poucos minutos que haviam se passado pensando se valeria a pena continuar. Ouvi pássaros ecoando dentro do meu espaço, vozes distorcidas, choros que se misturavam com meu oceano enquanto minha fé se enxugava...
Tudo estava indo tão bem, isso me assustou tanto que tive que marcar dores, fazer-me sofrer os traumas que nunca cessam. Assim pude encontrar a felicidade, na minha tristeza. Não estou acostumado a estar bem. Não sou acostumado. E sigo a vida assim, me afogando em ares, desejando secretamente me deixar levar.



"I've got an angel in the lobby
he's waiting to put me in line
but I won't ask forgiveness
for my faith has gone dry"
.
.
.
.
1, 2, 3, 4, 5 ...

6 de dezembro de 2006

(Ainda) Não sou o meu cabelo

Terça fui cortar meu cabelo, contra a vontade de todos, exceto a minha própria. Fui nervosa e ansiosa, porque ele estava muito bonito nos últimos dias, comportado e ajeitado. Mas não agüentava mais o meu cabelo comum, quase longo, igual ao de todas essas garotas vãs dessa geração. Cabelos longos aqui, cabelos longos ali. Todas têm cabelos longos. Todos preferem cabelos longos. Eu não suporto meus cabelos longos.

Meu cabelo é o que eu quero ser. Meus desejos, minhas vontades e meus sonhos são projetados nele. São eles que o alimentam, o fazem brilhante, luminoso. Bonito. Luto todos os dias para ser cada vez mais como ele, ser contra a ditadura da beleza que assombra nossas vidas. Quero ele curto! Quero ele independente! Quero ele maleável!

Porém estou longe de ser o meu cabelo. Por mais que eu siga em frente e o deixe como eu quero, curto e arrepiado (e ainda lindo), eu não sou o meu cabelo. Ainda anseio pela aprovação dos outros, anseio pelo elogio de quem eu quero que goste de mim. Olhando-me no espelho hoje, brincando com meus curtíssimos fios e achando um máximo ter conseguido o que eu queria, me peguei pensando: “Será que ele vai gostar?”.

Ah, todos meus ideais afundaram como uma bola de canhão! Como pude pensar isso? Que se dane o que pensem! Por isso você cortou seu cabelo, sua tola! Por tantas vezes ouvir “mas ele tá lindo assim”, por tantas vezes sentir a inveja dos outros, por tantas vezes ouvir a indignação da cabeleireira ao suspirar “por que não deixa seu cabelo crescer? Ele ia ficar tão lindo...” e com pesar, passar a navalha.

Procuro me desprender do que não me faz bem, dos pesos desnecessários da vida, do que me segura no passado. Vou mudar, seguir pra frente, ser diferente. Estou me livrando dos pesos da cabeça, quem sabe agora consigo ser como meu cabelo: leve e casual.

1 de dezembro de 2006

A viagem na Lua

Eu e meus amigos viajamos no foguete do Artur. O foguete foi terminado no dia 16 de novembro.

Você sade a historia do primeiro homem que pisou na Lua foi meu pai.

Quem pilotou o foguete foi Felipe demorou menos de que ir a Baiá de avião e a cadine era bonita agente conhecemos saturno jupiter plutam e outros.

O incrivel foi a Lua quando agente pisou todos na Lua a Lua dispencou sade porque era Juca que caiu dacama.

Autora: Alice, 1994

***

Eu sempre tive jeito com as palavras e criatividade para tudo que existia, até mesmo nas horas mais indevidas. Eu tinha 7 anos, era a mais popular, a mais feliz, com muitos amigos e a mais inteligente, mas também esnobe, metida, intrometida, cansativa e muito chata.

Porém, eu era feliz. Era uma época simples, nada nos aborrecia e a gente vivia sempre contente. E eu podia ser criativa! Minha imaginação voava e me levava... que criança de 7 anos consegue passar em palavras a transformação da narrativa de uma viagem em despertar de sonho?

Agora, se sou imaginativa demais, sou louca; se sou imaginativa demais, me machuco, pois são tudo ilusões. E mesmo quando sou realista demais, me criticam e sofro também. Caramba, o que resta para mim então?

***

Acho que sou o meu cabelo. Semana que vem, saberei melhor.

26 de novembro de 2006

I am not my Hair

Eu sou meu cabelo. Recentemente tive uma das conversas tensas que tenho de vez em quando com meu pai. Quase não conversamos e quando conversamos parecemos duas pessoas naqueles interrogatórios policiais [adivinha quem é o policial?!]. Você estava presente nesse dia e ajudou a balancear um pouco as coisas. Eu cortei meu cabelo nessa última quarta-feira. Eu perdi minhas forças. Eu me rendi. Eu me entreguei algemado confessando toda a culpa de ser livre. E fui pego. "Você fez a coisa certa". A coisa certa? Pra quem? Pra vocês, ditadores filhos-da-puta autoritários! Eu odeio cada um de vocês, ca-da um.

Eu percebi que sou meu cabelo, que todos somos. Meu cabelo era solto, enrolado como a vida e nem aí pro que pensavam dele; ele era simpático até, muitos gostavam dele, praticamente um anti-herói do shampoo que cativava a todos. Uns viravam a cara, mas não importa, não se agrada a todos e nem tínhamos essa intenção. Meu cabelo era sincero e teimoso, não tinha produtos que forçasse-o a fazer o que não queria; era grosso e sujo, mas era MEU! ERA EU! E me fizeram perder uma das poucas coisas de valor pra mim. De verdade, não ligo pro cabelo dos outros, quem estiver lendo isso que faça o que quiser com seu cabelo. Mas faça o que quiser com seu cabelo. O mundo mandou no meu, o mundo se cresceu em mim me obrigando a seguir as regras do Estado. Sofri praticamente um estupro capilar, torturando-me para que possa olhar no espelho e sentir nojo de mim mesmo; para que possa olhar no espelho e desviar rapidamente o olhar com vergonha de me encarar. Vergonha de olhar pra mim mesmo, que ironia não?! Eu que sempre disse pra sermos o que queremos, andarmos como queremos, nos vestir e nos despir como e quando nos bem entender... Eu, que não existo mais. Hoje sou mais um misturado na multidão, a legião dos "bonitinhos amigos do gel", mais um brocha... É, BROCHA sim. Meu cabelo agora é sem assunto, sem-graça, reto, quieto, passivo.

Quem ler isso sem me conhecer vai pensar que sou uma pessoa fútil por me preocupar tanto com o meu cabelo. Mas não é uma questão de estética, é exatamente o contrário. Eu era livre, mas pelo preconceito e escravização por meio de dinheiro, tive que cortar meu cabelo, praticamente à força, pois foi com lágrimas nos olhos que o matei. E morri.
E hoje quem sorri pra mim são meus inimigos. Um sorriso meu é arrancada a cada sorriso amarelo deles pra mim.

19 de novembro de 2006

Queria estar com mais paixão para declarar meu carinho com mais amor

Descobri a palavra serendipity em um belo acaso e relembrei-a em um belo momento. Mas este momento passou e fica cada dia mais difícil pensar nas maravilhosas e acidentais descobertas que fiz. Quando a felicidade chega é melhor aproveitá-la, jurar amor ao mundo todo, pois nunca se sabe quando o mundo jurará ódio a você.

Possivelmente, então, as serendipities que eu relataria no momento passado fossem outras, por outros motivos, com mais amor do que se o relato se desse hoje. Ou talvez, as minhas serendipities do presente perturbado sejam as reais, pois, mesmo estando num estado infeliz, pude ver as surpresas fantásticas que abalaram minha vida.

Minha serendipity mais antiga é a Tuti. Paixão.

Outra é a descoberta de uma língua pela qual sou devota e apaixonada: o inglês. Esta língua e todas as portas que me trouxe são presentes pelos quais tenho um enorme carinho.

Após um longo período de tristeza e de ódio profundo, as coisas mudaram e fiz minha melhor e maior serendipity. Umas poucas pessoas fizeram o meu 2005 não mais ser o reflexo da Alice fracassada e de suas incapacidades. Entendi o que era amizade, aprendi a dar valor pra mim mesma, percebi que preciso mudar. E duas pessoas se destacaram durante essa jornada: a Belisa e você.

A Belisa, por mais confusos que estejam meus sentimentos agora, você sabe e conhece. Impossível não amá-la.

E você, o que dizer? Arrependo-me de não ter mudado mais cedo, de não ter te apreciado mais quando estávamos juntos todos os dias. Mas o que mais me surpreende é o sentimento de que nós nunca construímos uma amizade. Tenho a impressão que ela sempre esteve lá, conversamos hoje do mesmo modo de um ano atrás.

Sou muito agradecida por ter te encontrado. Você me faz crescer e isso te torna essencial para mim. Assim como todas minhas serendipities.

7 de novembro de 2006

Eskimo Friend

Confesso que pensei intensamente num curto prazo de tempo quais seriam as minhas serendipities. Ou seja, não pensei muito sobre isso. Não consegui encontrar tantas descobertas felizes e inesperadas. Uma delas que posso afirmar é você. É Alice, VOCÊ! Nos conhecemos por total acaso porque você nem gostava de mim, pra dizer a verdade. Passamos um ano inteiro, eu com minha indiferença e um pouco de curiosidade sobre você, e você com seu preconceito e raivinha até "infantil" sobre mim; e no final do mesmo ano de 2005, começamos a nos falar como se sempre nos falássemos. Tudo bem que tínhamos amigos em comum, mas até aí, os tivemos quase o ano todo. Olhe para nós hoje... Quem diria?! Yu & Alice. [temos até o wonderlandinho]
Outa serendipitie são os amigos que conquistei por total acaso. Não digo os amigos de colégio que envolve também uma questão de costume, mas os amigos de puro acaso mesmo, como o Fel ou a Ju Pinguim. Essa última com certeza é a minha maior e melhor serendipitie de todas.


................... Se lembrar de mais alguma escrevo nesse espaço que deixei aí. Mas não consegui pensar em nada além de pessoas.

Como pude esquecer do amor? [nossa, eu esquecer do amor?! que coisa não!] O amor que descobri e entendi somente esse ano. Talvez ele exista de verdade.

26 de outubro de 2006

As esquecidas verdades

Quero saber a verdade, quero falar a verdade, tenho medo da verdade, tenho medo de mudar. Mas isso tem que parar, se esse medo não for vencido, quem será derrotada serei eu. O meu legado será minha carcaça e não minhas atitudes ou as marcas que deixei, mesmo que não tenham sido em pessoas.

Por isso, vamos relembrar o nosso antigo trato. Minha proposta do Acaso aparentemente não suscitou o objetivo desejado, incomodou não só a você, mas a mim também. Muito provavelmente por razões distintas, um dia a serem compartilhadas, quem sabe. No entanto, a idéia anterior ainda não foi realizada, as nossas verdades não foram confrontadas e minha vergonha não foi derrubada. Creio que é momento de retomarmos a bela idéia e decidir os limites de sua forma.

Hoje algo me foi clarificado. Quanto se pode saber pelo que não é dito, realmente entendi o porquê. Porém, o não explicitado não é o mesmo que inexistente ou inacessível. Tudo que não sabemos nós preenchemos com fantasias e ilusões, que dizem muito sobre nós. São importantes essas fantasias, as histórias que criamos para manter a esperança nas pessoas, elas vão incrementar nosso interesse, nossa curiosidade. São essenciais para o vínculo. E muito se pode saber sobre outros e nós mesmos a partir do que é projetado, imaginado e sonhado pelos outros.

Sei que é difícil conceber essas coisas, é um automatismo que temos, algo tão natural, complicado de identificar. Então, pensei em começar por aqui, pelo que projetamos sobre o outro, o imaginado sobre o obscuro e desconhecido.

O que acha desse caminho? Para onde será que ele nos levará?

6 de outubro de 2006

O vazio falha-nos a completude

Será que precisamos ter para valorizar?

O problema não é perder e só então ver o quanto aquilo era essencial na vida. A questão é a necessidade do homem em possuir todas as coisas, como objetos de coleção, raros ou não, especiais ou não. Tudo pelo ordinário prazer de “ter”, pelo mesquinho título de detentor e a suposta máscara de controlador.

As infindas tentativas de nos tornarmos os Senhores dos Fantoches nos levam à solidão. No fim, como saber se nossas relações foram construídas a dois, conquistadas ou forçadas por nós? Como saber se elas são de nossa possessão ou se são porque somos privilegiados e merecedores da tal convivência?

Desse modo possuidor, perdemos nosso valor. Somos coisificados e coisificamos as pessoas ao nosso redor. Pois só é possível ter uma coisa. O resto é uma relação de reciprocidade, não de possessão. Esta relação pode então ser correspondida pelo outro. No entanto, isso não se pode exigir de ninguém ou obrigar alguém a fazer isso, se não, recai-se novamente no relacionamento coisificado.

Só assim é possível perder algo. Considerando a relação uma reciprocidade, nunca se perde, ela apenas muda e se torna necessária uma adaptação das pessoas. Não se perde, não se ganha. As situações se alteram, mas continuam lá, diferentes, doloridas ou coloridas.

Quanto à valorização dessas relações, cabe-se pensar, uma vez que elas não desaparecem e somente se transformam, teria sido ela valorizada quando causava o bem? Em caso negativo, é impossível exigir agora uma volta ao estágio anterior. Deve-se se manter ciente no momento vivido, porque não se vive o passado ou o futuro. Quem perdeu e valorizou apenas depois não mereceu a relação, não estava presente.

Porém as mudanças são feitas por nós. As presentes relações podem melhorar e ser valorizadas no agora, para que não sejam perdidas no futuro. Quando valorizamos alguém não a tornamos um objeto e não a perdemos, mas mudamos o modo como nos relacionamos com ela. E aprendemos com o novo.

Mas o ser humano é cego, é ausente para os outros e para sua própria vida. É óbvio que precisam perder para valorizar, é óbvio que precisam possuir para se sentirem humanos, é lógico que precisam ser possuídos para se sentirem amados. E é por causa dessa possessão que perdemos os outros e os outros nos perdem.

Somos os detentores do nada.


***

Usei uma matéria que tive essa semana para chegar nessas conclusões. Interessante.

***

Conte-me suas serendipities*.

*serendipity (inglês) : faculdade de fazer, acidentalmente, descobertas felizes e inesperadas.

27 de setembro de 2006

Dyin' to Live

Uma senhora entra no ônibus ajudada por um rapaz. Ela se senta e conversa como ainda existe bondade em alguns jovens. Ela é muito esperançosa, logo entenderá o porquê. Começa a desabafar sobre como perdeu sua perna esquerda que até então eu não havia percebido sua deficiência. Um ônibus da Cometa [ela frisou várias vezes a marca da companhia] a caminho do Rio de Janeiro, no carnaval, três anos atrás, sofreu um acidente e o motor começou a pegar fogo. Ela, assistindo aquilo desesperada resolveu pular a janela estilhaçada do ônibus em movimento. Foi aí que sua perna foi decepada pelo vidro e logo em seguida o ônibus capotou matando todo mundo - TODO MUNDO - ela dizia em voz alta. Pude sentir paixão, fé e orgulho em sua voz... tudo assim, ao mesmo tempo. Ela disse que tomou a decisão certa e que Deus sabe o que faz. Comentei o quão grata ela deve ter se sentido em dar uma perna à vida. E antes que pudesse terminar o raciocínio ela me interrompeu já contando outra história ainda mais inacreditável: Mais ou menos um ano atrás ela estava numa lotação indo para Mauá, se não me engano, e o motorista estava dirigindo irresponsavelmente até capotar. Novamente, ela foi a única sobrevivente. "SAIU ATÉ NO JORNAL" ela falava em voz alta empolgada. As duas histórias sairam no jornal. Os bombeiros chegaram cortando a van para tirar os corpos mortos e ela estava embaixo de tudo sem conseguir pedir por socorros porque se afogava no lago de sangue que havia se formado. Ela se arrepia e quase chora, e, logo depois, se justifica sentindo-se culpada pelo arrepio dizendo que só quem esteve lá... só quem esteve lá...
Eu fiquei maravilhado com aquilo tudo e disse que ela tinha um corpo fechado, um santo forte, qualquer coisa. "foi Deus meu filho, Deus sabe o que faz. Tenho amor a vida e escolhi viver porque amo."

Nesse caso não considero que ela tinha opções porque o instinto nos salva a vida automaticamente, sem nos deixar escolher morrer por acidente. Invejei a vontade daquele senhora de viver.
Gostaria de ter feito por mim o que você gostaria de fazer por você, de ter escolhido ser menos eu também, tentar seguir uma vida normal... hauhauhauhua brincadeira, falei por falar. Gosto de ser assim, por mais incrível e sádico que pareça. Às vezes tenho vontade mesmo de mudar e ser normal, mas me arrependeria e estaria no mesmo lugar que estou. Será que realmente temos esse poder de escolha então? E Deus? Concordei com você e comigo, como você mesma diz... nunca percebemos o acaso. Sábia Alice.



"I'm dyin to love dyin to play
Dyin to get out of here
I'm dyin to live"
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Será que realmente precisamos perder para valorizar?

14 de setembro de 2006

E todas as opções se mostraram uma só

Não sei se acredito em escolhas. O que realmente podemos escolher? Se tivermos dois caminhos e “escolhemos” um deles, o outro não existe, pois não foi seguido. Você é o que é agora, não o que poderia ter sido. O seu “poderia ter sido” não está aqui pra te confrontar, gritando: “Olha aqui, seu idiota, onde você poderia estar. Chora pelo que está perdendo”. Isso não vai acontecer, apenas na sua cabeça, se você deixar. O problema é esta questão fazer tão parte da nossa cultura, é algo tão intrínseco que não conseguimos nos desfazer do nosso outro eu: o eu que poderíamos ter sido.

O acaso é tudo que há. Aconteceu assim, realizou-se dessa maneira e não das outras milhões de formas que haviam no momento. E se tivesse sido diferente? Você não seria quem é. Mas, Lice, essa é a minha intenção: voltar uma escolha para não ter mais essa tristeza que eu carrego.

Talvez a patética seja eu. A muda, a quieta, a sem vontades, sonhos ou desejos. A que é simplesmente levada pelo vento, batendo em todos os obstáculos presentes, colecionando as dores. Talvez a ridícula seja eu, passiva, sem poder de escolha. Nunca escolhi nada na vida, nunca vi outro caminho. E se tivesse visto, não teria seguido. Meu medo de viver me domina.

Porém, acredito em escolhas inconscientes. As situações são apresentadas a nós e reagimos de determinada maneira, pensando ou não. Se, em algum ponto na minha vida “decidi” me importar, gostaria de ter olhado pro lado e visto o caminho que todos os outros estavam seguindo. Ninguém se importa, ninguém se desgasta, ninguém se estressa por pequenas [até mesmo grandes] coisas. Queria ser leve... “Push me down, I don’t care, I’m as light as air”.

Então acho que, no fundo, preferia ser igual a todo mundo, a ser a estranha que sou.

11 de setembro de 2006

Yesterday Was A Lie



Temos momentos na vida em que devemos fazer escolhas difíceis; dificílimas até, se me permite o exagero não tanto exagerado. Estou assim. Percebi que sempre estive assim, pra mim toda decisão é difícil, todo passo à frente é complicado, toda esperança é inexistente... toda luz é cega. Ando carregando meu pesado passado por tanto tempo que já desisti de seguir em frente. Sempre que tive que decidir entre um caminho à esquerda ou um à direita, eu estava tão exausto ou tão revoltado, que resolvia ir reto.
Dessa vez tenho a mesma opção, eu posso escolher a direita, posso escolher a esquerda ou posso simplesmente seguir minha tristeza indo reto, carregando sozinho minhas maldições. Já fui reto algumas vezes e penso que devo bater de frente com minha covardia disfarçada e escolher de vez algum lugar pra ir, algo a fazer, um sonho a realizar. Mas como sonhar com um futuro se nem sequer dormir podemos? Arrancaram à força nosso direito de fé e sonhos. Isso é tão devastador que eu não me importo.

Viver é desenhar sem borracha, provavelmente você já deve ter ouvido essa frase genial. Não temos como voltar atrás de nada que fizemos, que falamos, que escrevemos; escolher é benefício para poucos, mas às vezes concluo que é castigo por sermos covardes.

Se pudesse voltar atrás em alguma escolha, qual seria?

1 de setembro de 2006

"You’ll be a beautiful confusion"


Sei que às vezes parece que eu não entendo as pessoas,
mas ainda sim as vejo em seus galhos solitários.

21 de agosto de 2006

Uma bolha é tão efêmera... devo só vê-la passar?

Ploc*

Uma bolha de sabão se foi. Criada com tanto cuidado, um sopro de vida tão delicado.

Seu momento de independência é tenso ou muitas vezes simples e rápido, mas sempre acontece. Se não, nada de bolha de sabão dançando ao som do vento.

Após ser gerada com carinho, ela flutua, livre. Nunca segue o mesmo caminho que outras. Elas se espalham em movimentos suaves e calmos.

Há uma fantástica propriedade que possui: quando vista, transforma seus espectadores em crianças novamente. Maravilhados, com os olhos brilhantes e dedos levantados, exclamam: “Olhe! É uma bolha de sabão!”. E a observam voar, no mais alto que ela pode chegar. Até, em um segundo, a bolha sumir. Tão facilmente se vai, tão admirada, tão amada. Tão capaz de encantar.

E durante sua existência, não é diferente. Quem não abre um sorriso verdadeiro? Quem não abre os olhos com espanto? Quem não a segue? Quem não tenta tocá-la? Porém ela estoura, num momento igualmente especial quanto seu surgimento. Pequenas gotículas chovem no ar. Quem a estoura quer fazer parte de sua história, de sua mágica.

No entanto, enquanto ela paira no ar, o mundo inteiro se envolve em sua fina superfície. Ela é nada mais que um espelho. Em sua frente, é refletido tudo como é. Entretanto, ele se funde com a imagem refletida pela parte de trás, uma imagem contrária. É o mundo, suas face, num segundo só.

E ela choca, causa impacto. Cala. É simultaneamente bela e agressiva. Muda o mundo e quando se vai, não há mais espelho, não há mais leveza. A rotina absorve a todos mais uma vez. A mágica se foi.

Seria mais uma metáfora da vida?

Uma analogia às pessoas, aos amigos.

Uma bolha de sabão é apenas um sopro de vida.

7 de agosto de 2006

"Burning off the edges of the sky"

Aceitando as condições, pois primeiramente, mesmo que eu tenha decidido atear fogo em alguém, não creio que ficaria para ver, mas como a situação é essa, devo inquietamente decidir.

Havia pensado em fazer como os Ursinhos Carinhos um dia me ensinaram: deite e role. Porém, isso também não é aceitável, pois não há como voltar atrás. O fogo está lá, apagá-lo não é possível. Mas apagar a pessoa sim! [hahaha]

Então: pegar ou não o pedaço de pau? Acabar com a dor e o sofrimento ou não? Nessas horas, a gente nunca tem clareza de mente para parar e pensar (e nem tempo). Claro que perguntar para a pessoa o que ela prefere não é viável. A diplomacia ia fazê-la morrer do mesmo modo como o pedaço de madeira.

Se eu deixar o fogo matá-la, a culpa seria menos talvez, por ter tentado ajudá-la a apagar o fogo. Se eu pegar o pedaço de pau e batê-la, a culpa seria menos talvez, por ter poupado a ela um pouco da dor e medo. No entanto, se eu pegar o pedaço de pau, muito provável que sangue espirraria e possivelmente me sujaria. Sem contar que minha digitais estariam na madeira. Se eu apenas observar, provavelmente o fogo consumaria a pessoa até as cinzas, eu esperaria até serem apenas cinzas. Assim, haveria menos provas contra mim. Mas é claro que essa frieza não me cabe, já que não sou uma psicopata e possou emoções.

Agora, se eu fosse dessa geração de desenhos que não Ursinhos Carinhosos, eu poderia mesmo pegar o pedaço de madeira e descarregar egoísticamente minhas frustrações, medos, dor e prazer. A violência parece ser o escape para todas as neuroses das crianças hoje. Temo que adultos serão no meu divã.

Enfim, minha resposta vem de palavras alheias às minhas, pois elas expressam exatamente como me sentiria. Na situação eu poderia ter toda a força física do mundo à minha disposição. Mas não teria força emocional para tal.

3 de agosto de 2006

Paranóia Delirante

Ontem quando deitei a minha cabeça no travesseiro não consegui pensar em outra coisa senão nas nossas escolhas. Mas o que não conseguia sair da minha cabeça e que me fez perder algum tempo de sono é um pensamento de escolha macabro e importante:

Você matou alguém por acidente e no desespero, resolveu queimar o corpo. Quando o fogo já está consumindo o corpo e não tem mais como voltar atrás, você descobre que a pessoa estava viva. Ela agonizada pela dor e medo, começa a gritar sem entender direito o que está acontecendo. Você só tem acesso a um pedaço de pau e força bruta.
Você a mataria ou deixaria que o fogo o fizesse?


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O que EU faria:

Provavelmente competiria com o fogo a vida da pessoa inocente.
Recapitulando: Eu matei alguém sem querer e resolvi pôr fogo no corpo para cobrir a única prova possível contra minha pessoa. Lembrando que essa é uma idéia totalmente viável por uma boa parte das pessoas... ser honesto ou me dar bem? Porque ser honesto não pode ser sinônimo de se dar bem?
Logo quando a carne começa a queimar e o fogo domina o espaço, a pessoa descobre que não estava morta e começa a gritar de dor e desespero suplicando para qualquer coisa que faça a dor parar. Apagar o fogo é inviável e vem o baque na mente: "O que fazer? Ir embora ignorando os gritos e o estalar da carne fervilhando, ou dar um fim a tudo aquilo de uma forma igualmente brutal?"
Acho que teria coragem de descontar toda minha angústia e raiva no que sobrou de um ser humano. Visando a situação absurda[não impossível e muito menos pouco provável] que me encontraria, "tá no inferno abraça o capeta", infelizmente...

Nice Weather for the Ducks

Daí eu saio do banheiro e minha mãe:
- O que você tanto bate no banheiro?
Eu, desconcertado por uma pergunta tão direta e ingênua, respondo na mesma intensidade:
- Ué, mãe... Punheta!
Meu pai ri, minha irmã ri e minha mãe ri sem-graça.

Ela[mamãe] estava falando sobre eu bater o cabo da gilette na pia, pra tirar a barba que sobra...

22 de julho de 2006

Eu (não) Sei na Verdade Quem Eu Sou

Problemas... problema é a chave da vida. Imagine se não os tivéssemos? Como seria tudo vazio e sem-graça. Claro que essa visão da inexistência do problema é totalmente utópica, mas continuaremos sempre cegamente assolar-nos de todos os problemas do mundo. A vida é totalmente um problema infinito, veja por exemplo a tentativa ridícula da insistência do homem em querer aprimorar a natureza; uma natureza que estava pronta, sem problemas até o homem dar sua visão arrogante[nesse caso cabe também ignorante] de que aquilo não estava pronto e lá vai ele botar defeito. E daí iniciam-se os problemas que crescem como bola de neve, aliás, bola de neve causada por avalanche causada pelo aquecimento global que resulta em câncer, falta de água potável, alteração no ecossistema... enfim, problemas suficientes para gerações e gerações ocuparem o vazio de suas vidas. Opa, mais um problema! Vazio, solidão, "oh vida sem sentido e desgraçada sem teu amor"; até para amar alguém se tem problemas. Viver é um turbilhão de problemas.
Quando nascemos não é a toa que choramos, lembro-me bem quando nasci: "Puta que pariu, me fudi! Vou ter que crescer, vão arrancar à força minha inocência, depois vão me dar uma carteira de trabalho e vão me obrigar a votar; vou ser obrigado também a beber e transar com mulheres e contar pra todo mundo pra provar que sou "macho". Vou me machucar de ralar a pele, quebrar ossos, também vou me machucar por dentro por não ser correspondido de idéias, de amores, não importa. Depois serei obrigado a escolher uma profissão e ser infeliz nela até envelhecer, ter um monte de doença e reclamar que no meu tempo as coisas eram muito melhores, e morrerei provavelmente da mesma forma que vim: chorando! - obrigações de mais pro meu gosto, eu passo, muito obrigado."

Assisti uns 2 capítulos da novela "A Viagem" que estava passando na globo. O céu para eles é um enorme parque ibirapuera e a "regra" do paraíso é simplesmente amar o próximo, não se apegar a coisas materiais, respeitar a natureza, viver em harmonia, fazer o que quiser - quer tomar sol, tome; quer trabalhar, trabalhe - até sua alma estar amadurecida o bastante para outro plano astral. Lá não existe problema em fazer isso, mas percebi que essa filosofia posta em prática n'A Viagem é uma filosofia hippie[espírita também, mas hippie!]. E ser hippie aqui na Terra é um problema para a maioria das pessoas. Viver é negócio complicado...

"Eu não sei na verdade quem eu sou
já tentei calcular o meu valor
Mas sempre encontro um sorriso e o meu paraíso é onde estou
Por que a gente é desse jeito?
criando conceito pra tudo que restou
...
Descobrir... da onde veio a vida
por onde entrei... deve haver uma saída
e tudo fica sustentado... pela fé
Na verdade ninguém... sabe o que é"
-Teatro Mágico-
[deletei]

11 de julho de 2006

De volta aos dados e ao acaso

De "À Procura do Homem dos Dados" - Luke Rhinehart.

Do Diário do Luke

Quais são, exatamente, os problemas que nós, humanos, gostaríamos de resolver?
O problema da infelicidade. O homem não gosta de ser infeliz. Rugas de preocupação estragam a pele.
O problema da morte. A morte é considerada um estorvo. Seu silêncio é suspeito, talvez um pouco maléfico. É considerada um tanto quanto permanente demais.
O problema do fracasso. Não é considerado tão legal como o sucesso, mas parece vir com mais freqüência.
O problema da dor. Unhas encravadas, artrite, dores de cabeça; o corpo sempre parece estar um passo à frente da última palavra em comprimidos.
O problema do amor: não dura, não é correspondido ou, quando é, se mostra possessivo e ciumento.
O problema do objetivo: parece que não conseguimos encontrar um ou, se encontramos, perdemos o interesse cedo demais.
O problema da realidade: nunca se sabe claramente o que é. A de Eduardo parece sempre diferente da de Ricardo. A realidade de hoje é a ilusão de amanhã. E a ilusão de hoje...
O problema do mal: em geral o dos outros. Há muita gente má para praticá-lo contra uns poucos bons.
O problema do eu: não conseguimos quase nunca descobrir quem somos ou, quando descobrimos, achamos bem deprimente.
O problema da iluminação: com freqüência a desejamos, mas raramente a atingimos. Sabemos que deve existir alguma forma melhor de vida, sabemos que não a estamos vivendo agora e que devemos chegar até ela.

A vida, como disse o Buda, é constituída de mil loucuras. Sábio é aquele que joga com as mil loucuras.

"Há uma forma de ser sábio", disse o Buda.
"Qual é, Ó Mestre?"
"Bancar o bobo."


***

Porque o que eu tinha escrito, o computador apagou.
Sim, é uma praga. E a culpa é sua.

5 de julho de 2006

Uma Noite de Chá e Bolachas [amanteigadas, por favor]




Começou assim...

Ela: que meeedo, tava pensando em vc
Ele: e ficou com medo?
Ela: fiquei pq vc apareceu pra mim
Ele: basta ter fé
Ela: eu não tive e vc veio a mim do mesmo jeito
Ele: as vezes eu preciso aparecer por aí, fz um milagre ou outro d vez em qndo pras pessoas acreditarem mais em mim sabe?!
Ela: será que foi vc que fez milagre ou o acaso fez você?
Ele: é uma dúvida q eu n posso responder
Ela: você acredita no seu poder ou no poder do acaso, Ó Senho?
Ela: Senhor*
Ele: acredito q há poder! eu ñ sou o ideal para responder questões mundanas
Ela: não são questões mundanas, são questões divinas
Ele: vc está me questionando?
Ela: não sou ninguém pra questioná-lo, mas quem o será?

Ele: vc me substima?
Ela: me superestimo
Ele: hm... se superestimando vc duvida de meu poder?! se eu não aparecesse pra vc, ainda assim acreditaria em mim?
Ela: me superestimo em relação aos outros que nunca teriam a menor coragem de questioná-lo. no entanto alguém deve fazê-lo e desvendar o mistério de seu poder. sei que é grande, mas não entendo o seu funcionamento. e mesmo se nunca mais o visse, acreditaria em ti, pois o que vc fez, está feito
Ele: é isso mesmo! poucos, praticamente ninguém, tem essa 'coragem' de me questionar, de querer me conhecer realmente. Elas criam mitos para a própria satisfação, poucas tem essa capacidade de querer enxergar além e me ver realmente
Ela: você realmente existe?
Ele: vc realmente acredita?
Ela: sim, teria razão para o contrário?
Ele: eu tenho q ir... 15 min pro meu retorno, assim espero... assim espera?

Ela: assim esperarei
Ela: porque acredito
Ele: ótimo.

... e assim terminou


30.06.2006 - MSN

30 de junho de 2006

Acaso, o Senhor das Máscaras


Somos todos cegos para o presente. O passado é o mais claro do mundo, vemos nossos erros, acertos e julgamos tudo. Mas é óbvio: julgamos porque não precisamos vir com soluções! A única tarefa a nós dada é aprender com ele. Nem isso o homem faz.

Então o passado nos segue. Volta ao presente a todo instante, assim que vê uma oportunidade. Como o inconsciente, que encontra nos sonhos a abertura perfeita para vir à consciência. Com qual objetivo? Ensinar sobre si mesmo.

Quando as lembranças boas vêm, causam saudade. Saudade ruim, lembra que não temos mais o que tínhamos, aquela coisa tão boa, aquele cheiro, aquela pedra. Só o vazio. A mão segurando o ar. O beijo aproveitado pelos pombos. E as lembranças ruins trazem ainda mais dor, cutucando a velha ferida que na verdade nunca sarou. Não tinha Merthiolate naquela época.

Sou mais uma prova da ignorância do homem. Minha raiva com o passado significa que nada tirei dele para o meu presente. Que pena.

O que fazer então para aprendemos? Ignorantes por natureza. Tentamos. Em vão, mas se não tentarmos, não teríamos utilidade. Extinção. Futuro tão esperado! Logo, tentamos.

A perspectiva é tudo. O olhar alheio. Você não sabe quem é, mas o desconhecido que te ouve falar todos os dias sabe. Os passos errados que são dados hoje não nos indicam que estamos caindo. Mas amanhã nos veremos no fundo, tão longe da luz. Teria sido um erro cair no buraco?

Ou seria tudo obra do Acaso?

Por que não percebemos o Acaso?

26 de junho de 2006

House of Secrets

Estavam os dois deitados e cansados, conversando sobre segredos e mundos. Ela, por alguma mistura química do cenário e do tempo, decide contar ao garoto sobre sua infância. Nunca havia dito nada a ninguém sobre o que aconteceu. E então começou: "Quando eu era pequena, meu irmão abusava de mim". O garoto não entendeu e quis saber mais. "Doía muito!". "Não sei se rolava penetração, eu era muito pequena". "ele mandava eu fazer coisas...". A voz é interrompida por lágrimas. Ela o abraçou como se o monstro estivesse ali e o garoto fosse seu escudo sem armas posto à frente da besta. "Não corre, não conta pra ninguém senão vai ser pior" rondava na cabeça dela. O garoto, de uma forma quase egoísta e sadomasoquista, a tranquilizava e queria saber mais. Ele queria entender, chegou até a dizer que isso é normal. Como pode ser normal? Como entender um incesto ou estupro? [eu não sei a classificação correta e isso não importa muito agora] Na mesma hora que ele disse que era normal, ela levantou de seus peito e lhe perguntou se ele já havia feito algo parecido com sua irmã. Ela disse com um certo tom de esperança, como se ele tivesse feito com a irmã dele, faria a dor dela diminuir. Mas "não" foi sua resposta. Ela perde a faísca de esperança que tinha e volta a ser criança em seus braços; e contava e chorava e o garoto se sentiu culpado. Por nada. Lágrimas se misturam enquanto o sono não vem.

Ela sabe o nome de seus demônios, como combatê-los? Ele a vê sempre, sempre com sorrisos. Ela tem salvação. Todos temos. Ela luta por isso, mas é muito sozinha e o medo a domina de uma forma absurda. Medo do escuro, porque ela sabe o que tem lá. Os monstros são reais e tocáveis. Esse é 1 caso de milhares. O que mais acontece quando a porta da frente da caixa de cimento está trancada? Segredos pesam mais do que parecem, e o garoto agora ajuda a carregar esse fardo. Mas será que ele aguenta? Desde aquele dia, não tem um dia sequer que ele não pensa no que aconteceu, no que acontece em todos os lugares que seu cérebro lhe permite ir. Então, ele se sente deprimido por não ter nenhum tipo de poder especial e não poder fazer muito a respeito de coisas desse tipo, nem de seus próprios defeitos.

O irmão dela? Um idiota com o cérebro praticamente inválido porque só o que ele sente é culpa e vontade de ser punido pra pagar seus pecados. E só ouve músicas violentas e gritantes porque aquilo entra em seu cérebro e faz com que ele tenha sossego dele mesmo. Ele mal olha pra sua irmã e evita conversa, por vergonha e arrependimento. Ele não passa de um verme escroto e sabe disso. Embora tenha feito "na inocência", o fardo pesa hoje e vai pesar pro resto da vida. Ela, a garota, se deprime ainda mais, porque sente falta do irmão.


Então, alguém fecha as cortinas da janela.

9 de junho de 2006

Um cão acorrentado só pode ver a vida passar

Fazia tempo que eu não escrevia em meus cadernos e, quando fui escrever, minha caligrafia estava tão estranha. Comecei a prestar atenção nos movimentos feitos pela minha mão [e, claro, minha letra foi ficando pior, saindo das linhas... mas por que também manter esta ordem imposta? Deixo isso pra depois]. Prestei atenção na caneta também, como eu usava ela. Mas eu também estava usando minha mão. Ou não?

Daí, veio a mim essa idéia: meu corpo era meu instrumento ou meu limite? Seria ele algo que eu estava usando para satisfazer o meu eu interno? Eu uso o meu corpo para me expressar, para que o meu eu seja manifestado para os outros? Ou seria meu corpo meu limite? Será que eu sou maior que o meu corpo me permite? Quero eu fazer movimentos que simplesmente não posso fazer, por não ter asas e sim braços, por não ter garras e sim dedos, por não ter focinho e sim boca? Sou maior que meu corpo me permite? Estou presa? Quero sair?

Fiquei pensando e pensando. O meu corpo é minha linguagem. Eu uso ele para me expressar toda hora. Não consigo falar sem movimentar minhas mão... até mesmo como eu iria falar [e eu falo muito!] sem minhas cordas vocais? Sem mencionar meus olhos. Digo tanto através deles. Minto e transpareço quem sou por eles. Minhas mãos escrevem!! Meus pés pulam!! Meus dedos tocam!! Minha face me entrega...

Meu corpo me prende. Ele me limita, dita quem eu sou, quem as pessoas acham que sou. Não tenho 12 ou 15 anos. Não sou meiguinha. Não sou criança. Também não sou amarga ou tediosa. Quero voar mais alto que todos! Quero sair dessa terra, lotada de humanos frios... quero sentir o vento, as nuvens, não ter medo de cair! Quero mais energia para correr, andar, pedalar e não desmaiar no ônibus... quero ser julgada por quem sou, não quem pareço ser.

Um psicólogo fenomenologista disse num livro que o corpo ao qual nos referimos não é o corpo dos livros de anatomia. Nosso corpo é outro, é o corpo que somos e não o que temos. Nós tocamos na face que somos, não na que temos. Quando minha mão segura o seu braço, ela toca você, e não o braço que você tem. Melhor: quando eu toco você, eu toco você. Entendeu? Então, rejeitar o nosso corpo como ele é é rejeitar nós mesmos.

Acho que acabamos tendo que nos aceitar como somos, nossos limites. Viver se sentindo numa prisão deve ser horrível. Digo não às gaiolas.

31 de maio de 2006

CHAIN ME, RAPE ME

Se: eu fosse estuprado: não suportaria, provavelmente daria um fim na minha vida. Seria o estopim pra coragem que me falta.

Se: minha filha fosse estuprada: lutaria com o que me restar de forças pra encontrar o réu culpado e felizmente saciaria toda a minha violência e ódio retido ao longo desses longos anos. Provavelmente o estupraria com alguma coisa, faria ele comer o próprio órgão sexual e depois, arrancaria seus membros [braços, pernas] e o enforcaria assistindo ele sangrar até secar e desistir de respirar. Saciaria minha vingança e alimentaria consciente, ainda mais, o vazio sem sentido de viver. Faria de tudo para que minha filha suportasse a dor e tentasse superar o que passou. Esquecer o inesquecível...

Se: meu filho estuprasse: Não sei se teria coragem de denunciar minha própria prole, minha cria; mas com certeza ele estaria morto pra mim, não o aceitaria mais na minha casa. O que ele fizesse a partir do certo momento seria problema dele.

Se: eu estuprasse: provavelmente se estivesse drogado a ponto de fazer uma coisa que eu considero estúpida e incorreta [até certo ponto] eu provavelmente seria mais triste ainda. Consideravelmente me deixaria a mercê da pessoa que estuprei para que ela decida o que fazer comigo.

_O que foi escrito é o que considero mais politicamente correto, agi na razão. Mas e na hora que acontecer? Ainda assim serei tão "racional"? Espero não precisar saber.

15 de maio de 2006

Se

Quando vemos as coisas com nossos próprios olhos, as cores mudam, coisas aparecem, outras somem, a razão vem ou vai. O que digo agora pode não ser o que ocorrerá se estes fatos um dia se tornarem verdadeiros.

Se meu filho estuprasse, pagaria. Mas não o mandaria pra prisão. Se outros estupradores estão aí à solta, porque justamento o meu filho deveria ser exemplo e ser preso? Ele pagaria aos meus modos, os quais não acho que poderia especificar, pois minha decepção é que ditaria a pena.

Se minha filha fosse estuprada, faria de tudo pra que ela superasse o trauma. Muito provável que o agressor não fosse pego, então este conforto eu não poderia oferecer a minha filha. Mas isso não quer dizer que não faria de todo o possível que a minha raiva do momento não quisesse fazer. Pode parecer uma contradição em relação ao que aleguei sobre meu filho, mas creio que fariam de tudo pra pegá-lo também, e eu o protegeria (se achasse correto, pois se o meu filho merecesse, deixaria ser preso).

Agora, se eu fosse a vítima, levaria um tempo pra me recuperar. Acho que eu ficaria bem traumatizada, com medo de ser tocada novamente, medo de contar aos outros, medo de andar na rua, estar sozinha. Isto é, meus atuais medos seriam aumentados. Possivelmente eu entraria em depressão, ou não... ou quisesse lutar contra isso. De repente a ativista latente em mim se tornaria viva. Com certeza sairia aconselhando a todos (a psicóloga latente em mim se pronuncia).

Só sei que ando [no sentindo "com os pés" da palavra] com medo. Nunca me aconteceu nada nem remotamente parecido, mas meu medo é maior que eu. E isso me dá medo. Sou louca, ando mais precavida ainda quando meu período fértil está perto. Sou absurda. Tenho vergonha disso.

***

O que você faria se sua filha fosse estuprada?
Se seu filho estuprasse?
Se você, numa onda de ódio, álcool e drogas, recaísse na violentação sexual?

9 de maio de 2006

T.R.A.U.M.A

"O que é o HOMEM? comecei:
Como pode haver no mundo
isso que fermenta como um CAOS
ou se deteriora como uma árvore PODRE
e NUNCA amadurece?"
.
Estupro: crime que consiste no constrangimento a relações sexuais por meio de violência. Sabia que no nosso querido e amado BrasiL NÃO é considerado estupro uma pessoa ter relações sexuais por meio de violência e contra a vontade do outro se o outro for do mesmo sexo? [tem mais] E você sabia que NÃO é considerado estupro uma pessoa ter relações sexuais por meio de violência e contra a vontade do outro se a relação for no orifício anal[Isso mesmo... no CÚ]?
Como ser educado numa situação dessas? Como não querer quebrar tudo e invadir Brasília e o Congresso e o que for e botar fogo em tudo ou atirar em todos?! Isso não seria racional nos olhos da maioria, mas EU devo aceitar esse tipo de absurdo que são essas leis?
.
Mas eu não estou aqui agora pra discutir leis espicificamente. Estou aqui pra discutir estupro. O que leva um ser humano a estuprar? Mulheres peladas na TV e outdoors? Insegurança, sadismo, puro desejo sexual? Eu não tenho a resposta.
.
[...]
.
_O que você faria se sua FILHA fosse estuprada?
_O que você faria se o seu FILHO estuprasse?
.
Entendeu como o jogo vira? Como a situação muda? Se sua filha fosse estuprada é o desejo de vingança, a raiva que te move. Mas se é seu filho que estupra a primeira coisa que se pensa é proteção.
.
.
.
Tentativa de Realizar Algo Urgente e Minimamente Audacioso

8 de maio de 2006

Conjunto de ações do homem e suas consequências

[Os verbos estão no passado, pois algumas atitudes já não existem mais. Porém outras perduram]

Eu menti e enganei meus amigos e familiares.
Eu roubei brinquedos de amigos e dinheiro de meu irmão.
Fingi passar mal para me esquivar de situações que me coagiram.
Esnobei as pessoas.
Falei mal pelas costas.
Disse coisas que eram verdades extremas para ferir (usei minhas palavras como armas).
Fiz-me de desentendida em situações que acarretariam problemas para mim.
Desejei mal às pessoas.
Fui irracional em relação ao sentimento alheio, pois achava o meu superior.
Exigi das pessoas o que não poderiam me dar.
Ignorei pessoas.
Fechei meus olhos para o que não queria ver.
Pré-julguei pessoas e situações.
EGOÍSMO.

***

Foi isso que consegui pensar.

[ ] Céu
[ ] Inferno

???

6 de maio de 2006

I Suck.



Us and Them

Toda Muda Cresce Flora

Às vezes nossas soluções estão tão explícitas, tão perto de nós que perdem o foco e aí, não conseguimos enxergar. Ou pior, não queremos. Sem problemas não temos objetivos na vida[se é que ela tem objetivo]. Já parou pra pensar se sua dor e lembraça talvez seja porque no fundo, você não quer esquecê-las?! Se lamentar e estar triste valoriza a felicidade, e quando ela vem, é orgásmica.
O inconsciente é mais presente do que podemos imaginar... Porém ainda incontrolável.
E nada mudou, tudo muda todo dia. O mesmo caminho e as mesmas pessoas não são nunca o mesmo caminho nem as mesmas pessoas, a não ser que seja por foto, paradas naquele momento sem haver comparações. Então mude e cresça cada dia mais, faça das lágrimas seu adubo e deixe-se crescer.
"os dias vão me mostrando o que sei
e não quero acreditar
não tenho sentimentos nem hora
agora nada mais importa
se nada me acalmar
nada mais vai importar"
MOMBOJÓ
[...]

De rir, chorei

A morte de um pedaço meu. Talvez esse seja meu divisor maior, não sei dizer. Um pedaço meu que tinha esperança, que brincava e se preocupava... que amava. Que fazia maldade porque sabia que quando crescesse seria uma boa pessoa. Deus perdoa as crianças porque elas fazem as maldades sem saber o que realmente significa. Costumava acreditar. Ainda tenho em mim minha inocência infantil, talvez seja pra não me sentir tão culpado...

Eu brinco tanto e dou risadas bobas de tudo porque essa é minha necessidade. Eu posso estar sozinho, eu não posso estar sozinho, eu sempre estou e nunca estou. A risada e o constante ato do ridículo e da piada é pra criar proteção. O que eu realmente sou, o que eu realmente estou, a graça é como um escudo. Igual quando todo mundo pergunta se está "tudo bem" quando elas nem realmente querem saber nada, muitas vezes nem esperam a resposta. É uma pergunta automática que elas nem querem perguntar, a não ser que você responda "não". Aí todos param para ouvir sua desgraça. Felicidade não precisa de motivos. Tristeza? todos. Todos gostam do horror. Mas é normal.

Olhe nos olhos das pessoas e diga o que você vê. Tristeza, acúmulo de mágoa e dor. Eu sei que está lá, em cada bolinha preta de cada olhar. Eu consigo ver como uma maldição, uma poluição que impede o brilho puro do olhar. O máximo da alegria são lágrimas nos olhos.

YuЯi: "minhas aulas estão um saco tia! não ganhei nenhuma estrelinha hj. Eu me sinto totalmente alienado, me sinto um grande bosta que não faz nada direito a não ser fingir que sou alguém importante, ou até mesmo, especial. A minha personagem é só pra esconder o quão inútil e fútil eu sou, pra ocultar a minha decadência e demência. É realmente muito triste mesmo... mesmo não precisando, guardarei sua dó[eu cuspo na sua dó, não te conheço, não preciso dela] na minha caixa de sapatos. Continue me fazendo rir..."

Eu tô só brincando, mas ninguém tá rindo.

2 de maio de 2006

Daqui pra cá é Alice, daqui pra lá é Alice - nada mudou?

Acorda, abre o olho, pisa no chão, escorrega no tapete, bate a espinha na mesinha sólida de madeira e para sempre paraplégico.

Num dia de chuva, correndo na calçada e tentando não escorregar, desvia de um cão perdido e molhado, [espirro canino], pequena pausa, vira, olha para trás, o cão ainda lá, compaixão, ambos quentes no novo lar e para sempre amigos.

Andando na rua, ouvindo seus pés amassando as folhas secas, vento no rosto, olha o céu escurecendo, folhas quebram e não pelos seus pés, um homem a puxa para trás do muro escuro e para sempre vítima de estupro.

Almoçando, sozinho, num lugar lotado e sem mesas, moça bonita, sozinha, não tem onde sentar, puxa a cadeira a sua frente, soriso de "não, não está ocupado", "mas como está lotado hoje" e o velho "você vem sempre aqui?" e para sempre apaixonados.

Raquítica num buraco ensopado, sem futuro, a não ser a morte, levada até o abrigo pelos dentes e pelo amor de mãe, levada até um enorme coração, levada até um lar e para sempre meu amor.

Dia normal, nada mudou, nada importante, nada para se esperar, tudo normal, porém tudo vai mudar, nada mais será o mesmo, prioridades serão alteradas, tudo por algo na cabeça, mas não é alegria, é dor e para sempre dor.

Após longos anos de dedicação, todos levando a apenas uma direção, chega o dia, chega o não, chega o desespero, a tristeza, lágrimas e lágrimas, chega o fim de tudo em que se acreditava, o fim da crença em si, a desistência, chega a luz, chega o amigo, chegam as mãos que te levantam e para sempre te ajudarão?

***

Meus divisores de água, apenas os três últimos. Descubra o que são. Explicações depois.
Quais são os seus?

***

Desculpe a ausência, estava voando, vendo as coisas de cima, longe de tudo para não ser tocada.

As pessoas são tão complicadas, tão falsas. E eu, usada? Tenho tanto valor, sou a melhor amiga que alguém pode ter, isso eu acho mesmo. Uma das poucas vezes que me orgulho do que sou. Mas ninguém é como eu, então não podem me dar valor por ser única?

Por que ainda carrego minhas dores passadas? Quero esquecer!!! Já aprendi que é sempre assim, sempre será, eu sei! Por que então eu não continuo? Muito peso, eu sei... minhas dores pesam e são muitas. Não consigo curar nenhuma e quem deve curar também não cura.

Estou só? Não sei, não sei!!! É o passado que voltou pra me assombrar...

Ele deixou tudo tão escuro, tão confuso... tenho medo do escuro, do que não vejo. Sou cega, logo sofro.

Dúvidas e dúvidas, confusão, tristeza, desespero, MEDO... por favor não. Chega.

***

"Push me down, I don't care, I'm as light as air" - meu grito de liberdade... quando será ouvido?

28 de abril de 2006

Na Tentativa de Desenvolver o Cerebelo [ISSUES]




Aqui estou eu, Yu Calavera vulgo "Homem de Lata", num canto (im)pressionado por mim mesmo sem conseguir pensar, esfregando o cerebelo no asfalto, pensando em muita coisa. Desculpa Lice... Mas faz tempo que eu só consigo responder, e o [meu] questionável não tem me importado muito.

Cubra-me com seus pensamentos, porque os meus são indivisíveis e não são dos melhores.







[ISSUES]

O Silêncio de um Inocente

Um bom Deftoner canta desafinado e não se importa. Lá estava eu, em todos os lugares. Cantando medleys para milhões de pessoas. Abri os olhos. Encontrei apenas um garoto trêmulo, sangrando, com um X estampado no peito e um tumor gigantesco na cabeça: trauma. O último som que se pode ouvir foi o de um acorde da guitarra distorcida que ali dizia "Fechem as cortinas, o espetáculo acabou"... E um suspiro. Olhei-o em seus olhos, lá estava ele, me encarando, tentando disfarçar o medo que sentia. Eu estava lá. Assim como ele. Marilyn Manson sussurava dores poéticas e cortantes ao mesmo tempo em que forcei uma lágrima, mas não chorei. Os olhos a minha frente brilham e refletem sonhos e desesperos. Os olhos que me encaram brilham porque estão sempre cheios de lágrimas, nunca choram. Eu estava estupefato, hipnotizado, mal me mexia. A perplexia do medo não me dava muitas alternativas senão cair e chorar. Como quase inconscientemente e sem querer, fiz exatamente ao contrário[como sempre faço]. Não podia envolvê-lo em meus braços, mas podia sentir o frio de sua carne. Me sujei com seu sangue e nossas mãos trêmulas se encostam e já não tremem mais. Seu peito gritava dores e lamentações e o que batia não era um coração. Um punhal que machucava a cada respirar, e que quando rasgava, eu ajudava a costurar. Não nos temos mais ninguém.

Olhei pra dentro de mim mesmo e explodi.

17 de abril de 2006

Encontrei alguém nesta trilha de tijolos dourados

Não sei Você, mas Eu estou começando a existir. Sim, faz pouco tempo... menos de ano que esta Alice, a Alice que Você via mas não conversava ano passado, a Alice com quem Você deu um trombão na Paulista, a Alice que te lê e com quem Você fala, existe. E aceitei que sou única, com uma só face.

Sou Alice, in hopes of finding that damn rabbit. E essa Alice foi Você que achou. Você que trouxe à superfície, Você que deu "voz" a Ela, tantas vezes reprimida... por mim mesmo na maioria das vezes.

Porém essa Alice faz parte do Eu, Alice Frank. Estou respirando, estou vendo o mundo, estou falando, estou sendo ouvida. Finalmente!!! Minha boca está ferida, por tantas vezes ter sido forçada a se fechar. Meus ouvidos estão machucados, pelos momentos em que escutou um duro "cala a boca". Entretanto, estas feridas estão sarando. Há ainda muita dor, creio que sempre existirá, mas infelizmente são as dores que nos fazem crescer mais. Não quero esquecer, quero aprender. Aprender para não aceitar isso nunca mais e para respeitar e não fazer isso com ninguém.

E sim, Você, Yu e .Homem de Lata. existem, pelo menos por mim. Tenho Vocês em mim, estão marcados na Alice, Ela deve muito a Vocês. Sendo parte de Vocês real e outra fantasiosa (assim como Eu também), não importa. Eu já O vi, ouvi e li. Eu O vejo, ouço e leio. E acho que está óbvio o resto dessa frase...

No futuro, só quero continuar podendo virar suas páginas, descobrir novos capítulos. Não quero ver este Livro fechar. E nem a tinta da caneta secar.

14 de abril de 2006

Yu & Alice in Underground

Quem disse que você é menos real que o Yu? Quem disse que Ele é mais real que você? E se o Yu for só um heterônimo seu? E se Alice for heterônimo de Yu? Ou mesmo um pseudônimo, quem sabe? E se Você for realmente um pseudônimo/heterônimo meu?


Existem várias Alices vagando pelo mundo, posso ter apenas escolhido um nome pra assinar minhas discussões comigo mesmo, como já fiz, e já disseram que faço. Você só é menos real que Ele se realmente acreditar nisso. Ele acredita que é menos real que você, que é menos real que muita gente...

Areia em Meus Olhos

"Com um punhado de areia
eu mostrarei o terror a vocês"
.
A toca do Coelho Branco de Março... Aquele túnel que Alice se perde antes de chegar no País das Maravilhas poderia ser muito bem a cartola de um mágico, no caso, eu. Eu ando sempre com meu guardador de idéias, você está tão contida nele.
Não enxergo realidades. A não ser que exista um elefante rosa[o nome dele é Dub] que sempre vai comigo ao banheiro, ou pessoas não-tocáveis, por exemplo. Aqui, você é uma dessas pessoas não-tocáveis, assim como eu. Então há esperança.
Você diz ser real, mas e se te toco em sonho? se sinto como Morpheus me permite sentir? É real, um sonho real, uma contradição. Toda vez que eu encosto pra dormir, penso "hora de dormir, hora de acordar" e quando acordo, com os olhos cheios de areia, vejo que horas são só por ver, pra saciar minha vontade de voltar à minha realidade, dos sonhos ou não, já que me perdi nessa contradição.
Já reparou que toda vez que acordamos, desejamos dormir mais? Como se não quiséssemos que todo dia chegasse? Talvez se acordássemos de propósito a vida seria mais interessante.
.
.
.
"Não há ninguém no mundo que saiba tantas histórias como Sandman. De noite, quando as crianças ainda estão à mesa, muito quietinhas, ou sentadinhas em seus bancos,ele tira os sapatos e sobe a escada muito devagar, abre a porta sem fazer barulho e sopra areia nos olhos delas."

10 de abril de 2006

Das idéias de Yu sai Alice (mas não era da toca do Coelho Branco?)

Eu, Alice Frank, não existo. Não sou ninguém palpável para você que lê, sou palavras emendadas numa frase. Quem escreve estas orações existe para este blog, ninguém mais me viu. Não tenho imagem, não tenho voz. Tenho escrita. Não sou quem você vê e conversa, Yu. Esta Alice aqui só escreve.

Entretanto, sou duas: a que escreve e a que é vista. A que é vista existe sim. É de carne e osso, mais osso que carne. Tem imagem e voz, que usa bastante. Aquela mão lá com o texto é dela, assim como a letra. Não é invensão de ninguém, sua vida é tão real quanto a dos leitores. Mas muito fantasiosa também (para a sua felicidade!). Ela ri e chora, tem tato, olfato, visão, paladar e audição. Sente, vê e ouve muito. É humana, com suas qualidades e defeitos.

Acho que isso alivia o possível pensamento de loucura e dupla personalidade do Yu... não só fala sozinho, mas também discute e debate idéias com ele mesmo! Creio que não o verei no meu consultório para tratar seus distúrbios então...

***

Mas por que sou menos real que o Yu?
Por que eu não inventei ele e, sim, ele a mim?

9 de abril de 2006

Fora da avenida, no novelho das loucuras

Espero que veja poética neste texto também. Mas se não vir, pelo menos saiba que há poética nos meus sentimentos, só não há palavras para eles.

Nos meus diários, o que mais se pode ler são frases dizendo: "como gostaria de saber escrever". Isso sempre me torturou, queria passar o que eu estava sentindo, com toques de nonsense, mas que tinham todo o sentido pra mim. E esse soneto maravilhoso que você fez mostra que eu fui capaz e você me entendeu perfeitamente, mesmo não estando lá comigo. Você não faz idéia de como isso me faz bem, me faz feliz.
Nunca, na minha vida, me fizeram algo assim. Nossa, não sei expressar a alegria que tive ao ler aquilo. Me senti especial, sei lá... isso nunca acontece. Ser reconhecida pelo o quanto me dedico, pela atenção que dou, pelo carinho que ofereço. Obrigada, Yu, eu que agradeço.
Porém não é só por isso. Você me faz entender melhor o mundo, você me faz crescer, olhar mais pra mim e pra fora... é você que me inspira, cada palavra sua faz minha cabeça rodar, girar, remexer, pensar e enlouquecer. Sinto que bebo a tinta da sua caneta quando leio suas palavras.
Ter alguém pra dividir as minhas loucuras e maluquices me faz ser mais eu, me faz não me perder neste mundo que nos empurra aos padrões fúteis. Obrigada por me manter em linhas tortas.

7 de abril de 2006

Lembranças do Meu Quintal

Flores amarelas chovem no vasto terreno
Tropeço nas pedras nomeadas no chão
Olhando esse campo tudo parece em vão
Choro sorrindo, entristeço sereno
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Não ouço mais o bater de nenhum coração
Sinto na boca o gosto de sangue e sal
Minha vida é tão pequena, tão banal
Nenhum espelho reflete meu insano, meu são
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Postei minhas dores no amores do absurdo
Pessoas não nascem em árvores
Porém servem de adubo
.
Juntei meu corpo à terra e me plantei
Nos epitáfios do meu quintal
Nasci, sorri, chorei, vivi, sofri, amei
.
.
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_Fiz pra você, Alice 'Calavera' Frank, que me ajuda a entender pessoas, situações e emoções; que me inspira com sua exalante excentricidade. Obrigado.
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_Não sei se ficou bom porque é um soneto, e além de eu não acreditar muito em sonetos porque eles são matemáticos, não sei fazer soneto!! Fiz ontem a noite na aula, talvez eu devesse ter feito da forma que eu sempre escrevo, mas estava com vontade de escrever assim, com simetria. Da mesma forma que leio seus textos poéticos...

O Último Perfume

"E então, todos ficaram cegos..."

E se todos nós ficássemos cegos?
O fato de ter que me privar de um dos sentidos me faz pensar já tem um tempo. E pensei muito em ficar doente dos olhos, pois cego enxerga melhor as verdadeiras coisas, aflorar e desenvolver mais os outros sentidos... Mas, e as cores? E as expressões? Os filmes e paisagens que tanto gosto de ver, fotagrafar? O comer com os olhos...? Não teria coragem de me privar das lentes do mundo.
Audição, nem fudendo! Desculpe mas não tem outra expressão pra demonstrar o quanto é importante o som. Eu não sei o que é silêncio, a não ser quando as vozes param de falar, e a música emudece.
Tato, você mesmo já disse. Encoste em mim, nem que seja pra agredir.
Sobra então olfato e paladar. Deixar de sentir o cheiro de flores, de lixo, de mulheres, de homens, de gasolina, de feijão, de cachorro molhado, de saudades, de pipoca doce[não tem cheiro mais afrodisíaco que o de pipoca doce! Sempre digo que um dia vou inventar um perfume com esse cheiro]... É complicado, mesmo porque paladar e olfato estão interligados. Eu cheiro, logo eu sinto o gosto; e vice-versa. Imagina o que é um beijo sem paladar?! Horrível. Lamber uma nuca sem o gosto ácido do perfume, ou não sentir o cheiro que faz parte da persona. Não sei se seria capaz. Não sei se seria capaz também separar o olfato e o paladar, mas abriria mão do olfato, como você, por mais doloroso que isso seja... O último perfume


xXx
Por que guardamos pensamentos? Por que as pessoas nunca dizem tudo que sentem vontade de dizer? Talvez seja esperança ou conforto de que vá reaver a pessoa, e que não há necessidade de falar tudo de uma vez. Além do que, as pessoas não são honestas e quando encontram quem são, se aproveitam e abusam de sua nobreza*. Pois dizendo o que sente, o que pensa, você se torna vulnerável, não tem como se defender. Defender do que? Se todos nós fôssemos mais sinceros com nós mesmos, não precisaríamos realmente nos defender de nada nem de ninguém, principalmente. Mas aconselho o exercício de sempre falar, sempre sorrir, sempre amar, como se fosse realmente a última vez. Nunca saberemos se vamos reencontrar aquela pessoa, aquela harmonia, aquela liberdade. Estamos vulneráveis à morte, pode vir tanto pra mim quanto pra você quanto pra quem está lendo isso agora, em qualquer situação, tempo e espaço. Confesso que não digo sempre o que tenho vontade de dizer para algumas pessoas, mas são poucas as situações que isso ocorre, e tenho certo orgulho disso. Quero que as pessoas saibam o que significam pra mim e quero demonstrar que não sou qualquer coisa, um rosto ou um número a mais. Não consegue falar, escreva! Mas não deixe de passar sua transparência.


* Saudades do Chapolim Colorado

5 de abril de 2006

Toque... quero o toque, mesmo o do estranho homem

São tantos os sentidos... como você sabe que este é o final do seu corpo? É um sentido que nem percebemos que é!

Mas dentre estes 5... eu desistiria do olfato. É o que menos faria falta pra mim, e sei que existem pessoas vivendo normalmente sem ele. Só sentiria falta do cheiro das pessoas... aquele cheiro que do nada nos lembra coisas tão boas... mas há também as lembranças ruins.

O sentido que nunca desistiria é o tato. É provado cientificamente que chimpanzés que foram criados por máquinas frias, mas que ainda os alimentavam, morreram. Outra coisa é que se você não tem tato, como vai saber se tem algo te encostando, se você não está com seu pé em cima de um prego, ou se algo muito quente está na sua pele? Você morrerá. Fora isso, eu amo o toque... lembra do que eu te disse quarta? Que estava com saudade de tocar as pessoas, abraçá-las, senti-las em mim. Não sei viver sem isso. Prefiro abraçar pessoa ensopadas de chuva, do que nunca sentir seu calor.

A audição, nossa... viver sem ouvir música, vozes, sua risada não dá.

O paladar... não sou muito de comer, não vejo muito prazer nisso, mas creio que não há graça nenhuma comer coisas sem sabor. Sentir prazer em comer é uma forma de manter nossa sobrevivência. Não comeríamos nada se tudo tivesse gosto de jiló.

A visão... ver o mundo, ver as belezas... muito difícil viver sem... mas seria uma experiência diferente conviver com as pessoas sem julgá-las pela aparência... eu julgo infelizmente.

And yu?

***

Você sabe o que são Grim Reappers? São pessoas que morreram, mas ainda ficam na Terra para recolher a alma dos que irão morrer. Eles tocam a pessoa e ela morre logo depois.

Eu estava atravessando a Paulista, quando percebi ser olhada por um estranho homem. Não um olhar do tipo "checking me out", outro olhar... bem nos meus olhos, lá no fundo de mim. E logo depois eu e ele nos esbarramos. Não foi um encostão violento, foi algo bem sutil... um simples toque suave.

Eu parei, olhei para trás, ele ainda andava. Retomei meu curso e cheguei na calçada. Parei novamente e pensei "eu posso morrer agora". Nossa, Yu, fiquei com medo. Eu realmente poderia ter morrido naquele instante. Ou nos segundos a seguir. Suspense.

Conforme eu avançava, passos hesitantes, eu imaginava "o que poderia me matar agora? uma queda de um avião?" e olhei para o céu. Nada. Céu limpo, sem nuvens chuvosas à vista, sem possíveis raios pelo meu corpo.

Olhei para a rua e um táxi vinha em alta velocidade, zigue-zague-ando. "Atropelada?". Não, não dessa vez.

Passaram alguns minutos sem mudanças e eu relativamente me acalmei. Já havia decorrido um tempo desde o esbarrar com o suspeito homem. Talvez eu não fosse mais morrer. Que bom.

Porém minha mente não parava. Idéias surgiram, medos afloraram, pensamentos tristes. Ainda há muito que quero fazer... deveria eu falar tudo o que sinto para as pessoas caso eu não as veja mais?

***

Conversa no elevador - como eu queria que você estivesse lá.

Mulher no celular:
- O quê? Oi? Alô? Estou no elevador, acho que vai cair.

Minha mãe pára e vira:
- Que frase estranha para se falar num elevador: "Estou no elevador e acho que vai cair".

[hahaahahahahahahahahahahahahahahahahaha - eu vermelha, rindo como louca maníaca, num pequeno elevador, com muitos pares de olhos sobre mim]

Claro que a mulher se referia à queda da ligação, se não eu não estaria aqui e, sim, num poço de elevador.

4 de abril de 2006

Nem tudo é Como Queremos

Sentido Sem Sentido?

Visão, Tato, Olfato, Audição, Paladar




_Basicamente esses são os nossos sentidos, se você tivesse que perder um, qual seria? Qual você considera mais importante?

_Pense bem, toda causa tem uma consequência.