Um casal, na beira da rodovia, olhava algo no chão, perplexo. Isso nunca é um bom sinal. Eu sabia que não devia olhar – e, nisso, sei me controlar muito bem. Mas a audição é o sentido mais difícil de bloquear. Logo, não pude deixar de ouvir, apesar de toda minha concentração. Já perto, notei que a perplexidade era mórbida e doente, olhar de curiosidade sobre a carne (olhar este que funciona tanto quando a carne significa libido, quanto quando significa morte) – e não havia nada de filosófico sobre o além da vida em seus olhares. Na verdade, estou julgando, pois, apesar da indignação na fala, a permanência a olhar o que estava jogado na sarjeta me dizia outra coisa
Ao passar, pensei que poderiam ser tantas coisas, mas essas tantas não despertariam a curiosidade que vi, do casal, como de um grupo de mulheres que passavam longe, mas cientes do que estava no chão. Estranhei, me assustei. Nestes poucos segundos, percebi que deveria me afastar do local, o mais rápido possível. Tracei minha fuga e meus olhos desenharam o contorno mais próximo da cena o possível, nos limites de tudo, pois eu já estava perto demais quando compreendi o que era. Ouvi a moça descrever com indagações sobre os homens o que viu. Eu quase não ouvi e quase não vi... queria não ter quase nada.
Na volta – foi um caminho de ida e volta, infelizmente–, passei o mais longe possível. Secretamente, quis me jogar, abraçar e beijar loucamente uma carne queimada dentro de um saco, o que não faz sentido algum, pois tudo que eu amo ali já tinha ido embora. Então, eu começo meus questionamentos sobre os homens, sobre a vida, sobre a realidade e fantasia, mesclados com minha dor e meu choro. Acabei passando longe de algo que me chamava. Espero um dia responder ao chamado de uma forma mais eficaz que numa pequena reflexão.
Em outro pedaço do caminho, porém, já longe do local, vi um jovem cão. Não resisti em deixá-lo morder minhas mãos e me puxar pela barra da bermuda. Poucas coisas me fazem tão feliz como isso.
Ao passar, pensei que poderiam ser tantas coisas, mas essas tantas não despertariam a curiosidade que vi, do casal, como de um grupo de mulheres que passavam longe, mas cientes do que estava no chão. Estranhei, me assustei. Nestes poucos segundos, percebi que deveria me afastar do local, o mais rápido possível. Tracei minha fuga e meus olhos desenharam o contorno mais próximo da cena o possível, nos limites de tudo, pois eu já estava perto demais quando compreendi o que era. Ouvi a moça descrever com indagações sobre os homens o que viu. Eu quase não ouvi e quase não vi... queria não ter quase nada.
Na volta – foi um caminho de ida e volta, infelizmente–, passei o mais longe possível. Secretamente, quis me jogar, abraçar e beijar loucamente uma carne queimada dentro de um saco, o que não faz sentido algum, pois tudo que eu amo ali já tinha ido embora. Então, eu começo meus questionamentos sobre os homens, sobre a vida, sobre a realidade e fantasia, mesclados com minha dor e meu choro. Acabei passando longe de algo que me chamava. Espero um dia responder ao chamado de uma forma mais eficaz que numa pequena reflexão.
Em outro pedaço do caminho, porém, já longe do local, vi um jovem cão. Não resisti em deixá-lo morder minhas mãos e me puxar pela barra da bermuda. Poucas coisas me fazem tão feliz como isso.
2 comentários:
hahahahaha você está enlouquecendo
A vida só é percebida quando morre.
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