Sejam bem-vindos ao outro lado do espelho, onde tudo pode acontecer (e acontece).

Wonderlando é um blog sobre textos diversos, descobrimentos e crescimento. A filosofia gira em torno do acaso, misturando fantasia e realidade de dois amigos que se conheceram também por acaso, Alice - que tem um país só seu -, e Yuri - chapeleiro e maluco nas horas vagas.

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11 de setembro de 2009

Idiota

Eu odeio ser feita de idiota. É a coisa que mais temo. Seja em qualquer situação. Desde o colégio, na 4a série, com aquelas brincadeiras lamentáveis de esconder as coisas dos outros... ainda mais o meu estojo de cachorro. Fora que eu sou muito protetora das minhas coisas, territorial, odeio que invadam meu espaço. [Lembremos do puff].

Enfim, escondiam meu estojo. E eu chorava. Era uma criança, oras. Odeio ser feita de idiota. Quando as pessoas falam de mim, como se eu não ouvisse. Quando tentam me pregar peças. Quando são mais inteligentes do que eu. Quando eu passo vergonha. Quando eu acredito em mentiras.

Estou me sentindo uma idiota. Escondem-me coisas, palavras, sentimentos, vestem uma carcaça como se eu não fosse perceber a farsa. E o que é realidade? Lembro do cego que abriu meus olhos, mas aquilo foi engraçado. Isso é ridículo. Sou feita de idiota. Questiono a mim mesma! Questiono o que sei, o que achava que sabia sobre os outros. Às vezes sobre mim, mas não é o caso agora. Estes foram questionamentos positivos que levaram a boas revelações. Quando questiono aqueles que mais conheço, perco meu chão. Aonde foi minha realidade? Aonde se escondeu meu conhecimento?

Sinto uma raiva crescente, quanto mais reflito sobre "ser ou não ser... idiota".
Vou parar e respirar. Mas nada que vá aliviar.

4 comentários:

Yuri Kiddo disse...

Eu vivo me sentindo assim.
Assim eu vivo.
Me sentindo

idiota.

Anônimo disse...

(Ailin Aleixo?)

Gente chata essa que quer ser séria, profunda, visceral. Putz, coisa pentelha.
A vida já é um caos, por que fazermos dela, ainda por cima, um tratado do Schopenhauer? Deixe a pungência para as horas em que ela é inevitável: mortes, separações, dores.
No dia-a-dia, pelo amor de Deus, seja idiota. Ria dos próprios defeitos, tire sarro de suas inabilidades. Ignore o que o boçal do seu chefe proferiu. Pense assim: “Quem tem que carregar aquela cara feia, todos os dias, inseparavelmente, é ele…Pobre dele.”
Milhares de casamentos acabaram-se não pela falta de amor, dinheiro, sexo, sincronia, mas pela ausência de idiotice. Quem disse que é bom dividirmos a vida com alguém que tem conselho pra tudo, soluções sensatas, objetivos claramente traçados mas não consegue rir quando tropeça? Que sabe resolver uma crise familiar mas não tem a menor idéia de como preencher as horas livres de um fim de semana?
Sim, porque é bem comum gente que fica perdida quando se acabam os problemas. E daí, o que elas farão se já não têm por que se desesperar? Em suma: desaprenderam a brincar.
Eu não quero alguém assim comigo. A realidade já é dura; piora se for densa. Dura e densa, ruim. Brincar é legal. Entendeu?
Esqueça o que te falaram sobre ser adulto, tudo aquilo de não brincar com comida, não falar besteira, não ser imaturo, não se descontrolar, não demonstrar o que sente. É muito “não”. Dá pra ser feliz com tanto “não”? Pagar as contas, ser bem-sucedido, amar, ter filhos – tarefa brava. Piora, muito, com o peso de todos aqueles “nãos”.
Tenha fé em uma coisa: dá certo ser adulto e idiota. Aliás, tudo fica bem mais fácil ser for regado a idiotice, bom humor. Manuel Bandeira foi um grande homem e um grande poeta. Disse certa vez: “E por que essa condenação da piada, como se a vida fosse só feita de momentos graves ou só nesses houvesse teor poético?”. Estava certo.
Empine pipa!!! Adultos podem (e devem) contar piadas, ir ao fliperama, beliscar a bunda da sua mulher, sair pelados pela cozinha. Ser adulto não é perder os prazeres da vida – e esse é o único “não” aceitável.
Teste a teoria. Uma semaninha, pra começar. Veja e sinta as coisas como se elas fossem o que são: passageiras. A briga, a dívida, a dor, a raiva, tudinho vai passar, então pra que tanta gravidade?
Já fez tudo o que podia para resolver o problema? Parou, chorou, pediu arrego? Ótimo, hora da idiotice: entre na Internet, jogue pebolim, coma um churrasco grego.
Tá numas de empinar pipa no sábado? Vá.
Quer conversar com sua namorada imitando o Pato Donald mas acha muito boçal? E é, mas e daí? Você realmente acha que ela vai gostar menos de você por isso? Ela não vai, tenha certeza.
Só vai gostar mais, porque é delicioso estarmos com quem sorri e ri de si mesmo.
Eu fico chateado por não ser tão idiota quanto gostaria; tenho uma mania horrível de, sem querer, recair na seriedade.
Então o mundo fica cinza e cada lágrima ganha o peso de uma bigorna. Nessas horas não preciso de cenhos franzidos de preocupação. Nessas horas tudo de que preciso é uma bela, grande e impagável idiotice. Como sair pra jogar paintball – ou, melhor ainda, me olhar fixamente no espelho até notar como fico feio com os olhos vermelhos e o nariz escorrendo.
Como fico ridículo quando esqueço que tudo passa. Bom mesmo é ter o problema na cabeça, o sorriso na boca e paz no coração!!!!

Alice disse...

Vejo que você claramente errou o ponto do meu texto e quis ser adulto e dar um sermão, sem nem saber do que eu estava de fato falando.

E, se ao menos me conhecesse, saberia que suas palavras jamais caberiam a mim.

Rio horrores agora pela sua falta de noção e coerência. Espero que você siga seu próprio espírito, ria do seu erro e jogue fora esse sermão incabido.

Yuri Kiddo disse...

é, apesar de cristão e inofortúnio o comentário, acho válido mesmo assim. pelo menos teve a coragem e a preocupação de comentar, mesmo sem ter entendido o texto.

quem é idiota?