
Gosto de acordar e olhar um teto diferente toda vez que abro os olhos. Durmo em diversos lugares na tentativa de sentir o teto e decifrar o que ele me diz, o que disse o dia anterior, como eu fui parar ali e o que me espera. Por mais desconforto que o leito possa oferecer, eu me sinto muito melhor. E acordo bem. Acordo.
Meu quarto não é meu, isso sempre foi bem claro. Minha cama tampouco, mesmo ela tendo meu cheiro e meus pêlos. Ela já tem o meu formato e já deitei de todas as formas possíveis. Não há nada mais para ver ali, não sonho nela. Quero outras camas, sofás, colchões, chãos. Quero mais chances e tetos de concreto e descobertos. Quero lugares e motivos pra sonhar.
Fecho os olhos e deixo minha imaginação percorrer quantos lugares ela quiser. Confio mais nela do que na realidade que dizem ser real. O meu corpo segue porque ele é o que menos manda aqui. Minha mente está onde meu corpo não. Esse é o meu mais novo pensamento matinal. Minha mente está onde meu corpo não. Mas quando eu abro os olhos e não reconheço onde estou encontro o equilíbrio do yin yang.
Isso vale a pena pra mim. Se não for pra sonhar, não me acorde por favor.
2 comentários:
conhecer.experimentar.novidades.
novos.lugares
...até adormecer num deles, amanhecer e partir pra outros onde caibam novos sonhos.
Acorda pra sonhar comigo!
Kina
Todo mundo sempre diz "não durmo bem se não for no meu quarto e na minha cama". Legal saber que tem mais gente por aí cansada de ver o mesmo teto. Às vezes até dormir em coletivos em melhor do que o mesmo teto.
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