Escrevo essas linhas e as costuro em minha pele. Grampeio arames farpados em minha boca sangrenta. Estou trancafiado numa jaula enterrada no fundo do mar Morto. Homens nus me espancam até minhas pilhas ficarem fracas. Então o libertador me carrega e estou pronto para outra. Entre aspas.
Perdi o tempo, o jeito, a fala. Só não babo porque o monstrinho dentro de mim fica me lembrando “suga essa saliva, seu porco imundo”. Daí eu sugo. Mhhe hmer-oe, tentei dizer arrependimento. Não saiu. Pago pelo que eu fiz, mas me liberte depois, eu imploro. Allan me acorda apontando cavalos. Me mostra o passado através da janela, tempos atrás onde cavalgamos. Quando éramos dominantes e destruíamos tudo. Inclusive corações amantes.
Eu não digo nada, porque o arame continua em minha boca, rasgando uma velha ferida curada. A ferrugem de meus machucados tornou-se minha alma. Prefiro me desligar, não me carreguem nunca mais.
Aftur Með Gaddavír
Í Kjaftinum Sem Rífur Upp Gamalt Gróið Sár
Er Orðinn Ryðguð Sál
Rafmagnið Búið
Mig Langar Að Skera
Og Rista Sjálfan Mig Á Hol
En Þori Það Ekki Frekar
Slekk Ég Á Mér
Aleinn Á Ný
Í Kjaftinum Sem Rífur Upp Gamalt Gróið Sár
Er Orðinn Ryðguð Sál
Rafmagnið Búið
Mig Langar Að Skera
Og Rista Sjálfan Mig Á Hol
En Þori Það Ekki Frekar
Slekk Ég Á Mér
Aleinn Á Ný
Um comentário:
"O arame farpado volta
Em minha boca, rasgando uma velha ferida curada
Enferrujada tornou-se minha alma
A eletricidade se foi
Eu quero cortar
E fatiar a mim mesmo até a morte
Mas falta a coragem
Eu prefiro me desligar / apagar
Estou sozinho outra vez"
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