Sejam bem-vindos ao outro lado do espelho, onde tudo pode acontecer (e acontece).

Wonderlando é um blog sobre textos diversos, descobrimentos e crescimento. A filosofia gira em torno do acaso, misturando fantasia e realidade de dois amigos que se conheceram também por acaso, Alice - que tem um país só seu -, e Yuri - chapeleiro e maluco nas horas vagas.

Leia, comente e volte sempre... Ou faça como a gente e não saia nunca mais.

18 de junho de 2007

Roads

Tenho tido sonhos muito criativos, explicativos e reais. Tão reais que chegam a se misturar com a realidade que já não vejo tão como realmente é. Tenho enxergado o futuro, o passado, pequenos detalhes que deixei escapar. Me sinto altamente criativo e talvez seja esse um dos motivos de ter abandonado um pouco o Wonder. Essa instabilidade criativa que me impede de realizar coisas a não ser na minha cabeça, como se eu já tivesse fazendo ou feito. Em um desses insights[odeio essa palavra] me deparei com a seguinte pergunta: "Por que não consigo fazer o que eu quero?"
Essa autosabotagem consumidora atinge a todos nós. Conheci Philip Slate logo nas primeiras páginas e ele se fez a mesma pergunta. Hoje pela manhã, assisti a um episódio de Heroes[é, estou viciado] que falava sobre Evolução Obrigatória. A aranha come seus filhotes, as hienas perseguem leões, e assim por diante.
O que estou tentando explicar aqui, é que, realmente não fazemos tudo que temos vontade. Fazemos porque simplesmente temos que fazer. O ser-humano é obrigado a evoluir, é obrigado a criar uma inteligência artificial mais inteligente que a nossa e que destruirá a todos; mas o ser-humano se vê obrigado a provar que é capaz.

Eu não sei o que eu quero. Não sei se alguém realmente sabe, de coração, o que quer. Não tem como saber se não começarmos alguma coisa. É aí que pega. Eu quero fazer um monte de coisa, realizar desejos notáveis. Mas algo me pára. É como essa Evolução Obrigatória na qual tento não seguir, mas, caio em contradição por não evoluir em nada. Absolutamente nada. E ao mesmo tempo que quero realizar, vejo a morte descartando a vida do baralho. Vida descartável... Os anos têm passado cada vez mais velozes, o relógio tem tido cada vez mais pressa. Nada satisfaz, nada é novidade. E eu, essa massa atônita flutuando e enrugando nos espaços.

Cada vez que respiramos, afastamos a morte que nos

ameaça. (...) No final, ela vence, pois desde o nasci-

mento esse é o nosso destino e ela brinca um pouco

com sua presa antes de comê-la. Mas continuamos

vivendo com grande interesse e inquietação pelo

maior tempo possível, da mesma forma que sopramos

uma bolha de sabão até ficar bem grande, embora

tenhamos absoluta certeza de que vai estourar.

3 comentários:

Yuri Kiddo disse...

Ohh, can't anybody see
We've got a war to fight
Never found our way
Regardless of what they say

How can it feel, this wrong
From this moment
How can it feel, this wrong

Storm.. in the morning light
I feel
No more can I say
Frozen to myself

I got nobody on my side
And surely that ain't right
And surely that ain't right
(Roads - Portishead)

Yuri Kiddo disse...

Por que você não faz o que você quer?

Anônimo disse...

Pq para se fazer o que quer é necessário mais do que apenas a vontade de fazer, sem esquecer o fato de que, algumas vontades envolvem outras pessoas. Estas também devem estar condizentes ao que queremos, e na maioria das vezes não é isso que acontece.
São milhares de coisas que impedem de alguém fazer o que deseja, imagina um serial killer fazendo só o que deseja, sem ser impedido?!

Mas tente dirante um dia fazer o que deseja...veja no que dá!