Ponto final.
Começo no fim de mais uma decepção. Mais uma glória rasgada, e mais lágrimas desperdiçadas. O último. Sete significa sorte para alguns... Hahaha, até esqueci aonde ia chegar. Mas é o último. Dramático e perdoável como todos foram, o último.
O natal (assim com letras miúdas mesmo) passou quase despercebido. Teve que pendurar um colar de luzes e um sino dourado como pingente no pescoço do papai noel (assim com letras miúdas mesmo), tunar seu trenó e colocar mais 200rp - renas de potência; e o nariz do Rudolf agora é de xenon. E mesmo assim, eu não o vi.
O espírito de natal estava enrolado num carteado com o diabo, se atrasou todo e esqueceu de alguns lugares. E assim ele embolou com todo o fim de ano. Todos os planos, todas alegrias... As férias viraram castigo. Meu pai (que não é noel) desapareceu. Colocou tudo em seu saco e desapareceu. Levou o sorriso de minha mãe, as lembranças, o amor, e os DVDs (que até agora eu não me conformo). Ora, por que os DVDs? Aposto que ele também é o culpado por estes dias de sol escaldante.
Estávamos infelizes. Mas infelizes como sempre. Agora a tristeza é outra. Não é só minha, e isso é insuportável. Somos todos corpos escorregadios nos esquivando de abraços e carinhos. A atenção vem nas piores formas. Gritos e choros e velas derretidas. Nem a fé é sólida. E cá estamos esperando e tentando um ano novo (assim com letras miúdas mesmo) melhor, um ano novo mais digno e decente. Um ano novo fora daqui.
Não sei o motivo de eu escrever isso agora, eu tinha até outra coisa em mente. Mas essas semanas, o assunto não foi outro. Na televisão só se fala disso, nos jornais, nos amigos e parentes, nos filmes... É só isso.
Eu sinto raiva de todo ano que acaba porque ele nunca acaba bem. E sinto raiva porque se eu o aproveitei bastante, não deveria ter acabado.
Não sei como terminar esse texto, assim como não sei como terminar este ano; assim como não sei como terminar nada na minha vida. Mas ele sabe. E terminou.
Postado no extinto Susi Não Anda Sozinha no final de 2007. Eu continuo sem saber...
Começo no fim de mais uma decepção. Mais uma glória rasgada, e mais lágrimas desperdiçadas. O último. Sete significa sorte para alguns... Hahaha, até esqueci aonde ia chegar. Mas é o último. Dramático e perdoável como todos foram, o último.
O natal (assim com letras miúdas mesmo) passou quase despercebido. Teve que pendurar um colar de luzes e um sino dourado como pingente no pescoço do papai noel (assim com letras miúdas mesmo), tunar seu trenó e colocar mais 200rp - renas de potência; e o nariz do Rudolf agora é de xenon. E mesmo assim, eu não o vi.
O espírito de natal estava enrolado num carteado com o diabo, se atrasou todo e esqueceu de alguns lugares. E assim ele embolou com todo o fim de ano. Todos os planos, todas alegrias... As férias viraram castigo. Meu pai (que não é noel) desapareceu. Colocou tudo em seu saco e desapareceu. Levou o sorriso de minha mãe, as lembranças, o amor, e os DVDs (que até agora eu não me conformo). Ora, por que os DVDs? Aposto que ele também é o culpado por estes dias de sol escaldante.
Estávamos infelizes. Mas infelizes como sempre. Agora a tristeza é outra. Não é só minha, e isso é insuportável. Somos todos corpos escorregadios nos esquivando de abraços e carinhos. A atenção vem nas piores formas. Gritos e choros e velas derretidas. Nem a fé é sólida. E cá estamos esperando e tentando um ano novo (assim com letras miúdas mesmo) melhor, um ano novo mais digno e decente. Um ano novo fora daqui.
Não sei o motivo de eu escrever isso agora, eu tinha até outra coisa em mente. Mas essas semanas, o assunto não foi outro. Na televisão só se fala disso, nos jornais, nos amigos e parentes, nos filmes... É só isso.
Eu sinto raiva de todo ano que acaba porque ele nunca acaba bem. E sinto raiva porque se eu o aproveitei bastante, não deveria ter acabado.
Não sei como terminar esse texto, assim como não sei como terminar este ano; assim como não sei como terminar nada na minha vida. Mas ele sabe. E terminou.
Postado no extinto Susi Não Anda Sozinha no final de 2007. Eu continuo sem saber...
Um comentário:
É preciso estar distraído e não esperando absolutamente nada. Não há nada a ser esperado. Nem desesperado.
Olha, a verificação de palavras mostra "lemond", será que tem alguma mensagem nisso? Le monde ou lemon ou mundo ácido?
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