- Você tá com medo? - Ele perguntou apreensivo. Seu amor no hospital e ele lhe apresentando possibilidades de morte. Curioso e insensível.
- Medo?! Medo do quê? - Ela, como sempre, na arte do migué, pois sabia do que ele estava falando.
- ... Sei lá. - Ele também sabia, mas ele tinha medo.
- Eu não tenho medo de nada, meu filho... Quero é sair logo pra encarar a vida.
- E se tiver que encarar a Morte?
- Então eu vou olhar na cara dela e encarar também. Se for minha hora, fazer o quê?! Uma hora a hora chega!
- É. E falando em hora, chegou a minha. Tenho que ir embora, acabou o horário de visita.
- Vai com Deus, meu filho...
- Fica com ele. Melhora logo, hein vó.
- ... Reza pra eu melhorar.
- ...
- 'Cê não reza nada, né?!
- Não, não rezo. - Sussurrou quase arrependido.
Ela fechou os olhos. Ele saiu.
Nenhum comentário:
Postar um comentário