Uma das coisas que eu mais tenho prazer em fazer é segurar as bolsas dos passageiros no ônibus. Não para que me achem uma alma caridosa, mas para roubar-lhes os pertences. Sou cleptomaníaca, mesmo não achando isso uma mania.
Comecei pequena. Desviando moedas do cofre do meu irmão para comprar coisas. Mas por que roubar para comprar? Vamos roubar o que se quer comprar. Roubei brinquedos dos amiguinhos, aqueles que eu gostaria de ter e poderia comprar. Depois, roubei o que iria comprar. Roubei de lojas, mas não era tão legal quanto de lugares onde as coisas não estavam à venda.
Cresci e encontrei outros meios de ter o que queria. Roubar iguarias das vias públicas, cones de tráfego, tijolos de asfaltos, placas, artigos esportivos de clubes, martelinhos para quebrar o vidro em caso de incêndio. Inutilidades, diria.
Hoje, roubo as bolsas confiadas a mim no ônibus. Não é genial? Praticamente, não é um furto, já que, durante certo tempo de viagem, os pertences a mim pertencem.
3 comentários:
quem muito rouba pouco têm. observe seus bolsos, quantos b ainda restam?
o que seria um b?
eu diria que tenho todo o alfabeto em minhas mãos
bu e alguns falos
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