Os desencontros são os piores encontros que se pode ter. Não me refiro ao encontro no qual uma das partes não aparece, digo o encontro no qual ambas as partes estão presentes não no mesmo presente: desencontro. Vamos marcar um desencontro? Vou de ontem e você de hoje. Não, vou de futuro e você de arrependimento.
Somente nos encontramos em desencontros. Parece-me agora que ficamos tão pouco tempo no mesmo lugar. Na verdade, todos os encontros que tínhamos foram contados. Um, dois, três e o quarto durou horas e horas... dias, meses. Um ano, eu diria. E, então, nos desencontramos. E tudo começou há exatamente um ano. Época terrível, que nem foi eternizada em meus escritos diários, somente em nossas memórias, na esperança de que um dia falhassem. Desde então, tivemos desencontros.
Acho que combinamos lugares diferentes para nos encontrar. E, apesar da briga e do aparente acordo sobre o local de encontro, estávamos em dimensões paralelas. Eu vivia num apaixonamento humilhante e você numa frieza patética. Até que nos encontramos nos desejos de passado... sede da volta aos encontros de dezembro.
É triste ver o fim da nossa história nos desencontros descontrolados ao telefone. Perdemos nossos papéis e não sabemos o que fazer um com o outro. Bem, você eu tenho guardado na minha caixinha. Quando te quero, eu a abro e dou uma espiada para encontrar seu cheiro e desencontrar o presente.
Um comentário:
Gostei do texto e também do que está escrito, por que não?
Até os desencontros são importantes : alertam e acusam!
Postar um comentário