Ofereceu-me a única coisa que tinha:
- Eu odeio minha voz, pode pegar pra você!
- Pego sim, mas eu quero o conjunto todo.
Silêncio.
-... Fazer da tua voz o meu soneto, da tua língua a minha fala, da tua boca o meu beijo. Quero você e a tua voz surrando e gritando, me fazendo calar em doces versos de amor.
Ela não quis mais dormir. Avisou que era eu o culpado. Do estribilho enrolado, feito às pressas de forma mais sincera. Completou o vazio, aquela voz sem dona, que eu queria pra mim. Eu desejara tocá-la, mas não, não me era permitido, eu nem sabia quem ela era. Só fazia imaginação e em minhas fantasias, modelava sua sonante na mais bela Vênus.
Disse brincando que me mata se eu morrer. E que adora médicos. Digo que se morro, é por ela, e que se for preciso, faço medicina! Rimos e nos conhecemos. Disse-me tanto em ligações perdidas. Memórias que guardamos aos fios. Histórias contadas a nós, e somente a nós, como prometemos. Segredos e mais. Eu queria mais. Mas nunca me foi permitido. Ela queria minhas idéias, apenas, só que pra mim, ela era o ideal.
Linhas cruzadas em caminhos opostos. E sempre sobrara o som da solidão que me cantava o final de mais uma ligação. Tu-tu-tu-tu-tu-tu-tu...
6 comentários:
Meu sonho é conhecer esse ser apaixonado da sua história.
Morrer por amor não é coisa de quem vive o século XXI. É raro, pura ficção.
Muito bonito. Apesar de te conhecer "tão bem", nunca sei se fatos são realidade ou ficção, o que, na verdade, é fantástico.
Quero suas idéias misturadas as minhas o tempo todo.
vocês são fodas demais, leio esse blog faz um tempo e nunca tive coragem de comentar aqui.
Não sei como pude pular esse texto.
Mas fico feliz em ter lido, mesmo com um grande atraso.
Estribilho feito às pressas, soa sincero, mas dizem que o escritor mantém um "marketing" inconsciente na escolha das palavras e no momento de colocá-las. De qualquer forma, muito bom.
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