Onde eu estive todo esse tempo? Eu fiquei esperando escondido essa vida acabar. As peças se desfazem deixando um buraco. O mesmo buraco que você está, me fazendo caminhar e deitar num abismo sem fim. Eu nunca entendi nada mesmo. Vendi minha alma por uma vida inteira fazer voltar. Se eu nunca mais te ver, eu prometo que morrerei ao seu lado, o lugar que você diz ser meu. Padecer por toda a eternidade pelo tempo perdido sem você.
Todo esse tempo sem sua voz me fez perder o caminho. Sempre fui aquele bonequinho vodú com a linha presa. Quanto mais eu caminho, mais me desfaço. Só que eu tenho pouca linha, pouca fibra. O algodão que você costurou com tanto esmero ficou espalhado no passado. Estou vazio e sem ninguém para me consertar. Você foi embora sem ouvir o que eu tinha para dizer.
Eu quero estar aonde você está, e te abraçar para acordar desse pesadelo. Às vezes eu ainda sinto seu cheiro. E o tempo para. É quando te reencontro naquele lugar que você diz ser meu. Eu tenho tanto para lhe falar, mas agora sou só[.] um buraco vazio completo. Uma dor infinita num abismo sem fim.
Um comentário:
Desculpa meu comentário besta, mas adorei a analogia do boneco de vodu com a linha presa.
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