Sejam bem-vindos ao outro lado do espelho, onde tudo pode acontecer (e acontece).
Wonderlando é um blog sobre textos diversos, descobrimentos e crescimento. A filosofia gira em torno do acaso, misturando fantasia e realidade de dois amigos que se conheceram também por acaso, Alice - que tem um país só seu -, e Yuri - chapeleiro e maluco nas horas vagas.
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5 de agosto de 2009
Resquícios de Saudade
Depois de um longo silêncio, trocamos poucas palavras. Lágrimas de um coração apertado presas na garganta. Eu digo saudade. Você diz saudade, mas se faz escorregadia como um peixe, se esvai. Promete um abraço que sempre espero. “Espero” de aguardo e de esperança. E espero. Pandora deve ter carregado em sua caixa algo muito melhor que esperança, porque a esperança trai.
Minha dor não tem vergonha de se repetir e sempre aparecer. Se vai sem prévios avisos, e quando vem, vem cheia de mesmices que não consigo argumentar, que não posso lutar. E você enfia mais fundo, quebrando minha alma remendada. Eu não vejo a hora de fazer você se apaixonar por mim, para eu fazer seu peito palpitar tanto que irei explodir seu coração em pedacinhos dentro de você.
Te engoli como se fosse as melhores pílulas. E você era meu melhor remédio. Até causar overdose e me fazer morrer no corredor do hospital. Você sempre foi a maçã impecável cheia de vermes, a seringa perfeita e aidética, a navalha enferrujada que eu adorava me cortar. Os vestígios de nosso amor traduzidos em belas palavras que não são mais para mim.
Eu costumava te segurar, éramos facas afiadas prontas para machucar. Até... até. Sobrei nas dores, em amor, nos erros, nas amizades... E sou so(m)bras de você, que tropeça em seus pés e te dá a mão quando quiser; que some com a escuridão, mas que aparece em luz. Quero ser sua luz, embora sabendo que sempre serei resquícios do que me sobrou para ser.
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Um comentário:
Algumas pessoas enterram suas próprias versões por que se cansam, ou até mesmo por lazer. Dependendo de quanta fusão fazemos com as versões alheias, vamos para a lixeira com elas. E acabamos sendo obrigados a criar uma nova versão de nós mesmos, sem nunca termos querido isso.
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