Não me ignore, não finja que não estou vivo. Meus ossos não sentem dor a não ser que ela esteja por perto. Não me ignore, meus ossos doem quando está aqui. Quase não sinto mais nada. Quando foi que você perdeu seu rosto? Encontrado num cofre em meio à línguas mortas. Indecifráveis. Quando foi que parei de chorar? Eu não vivo a minha vida. O inferno é a única verdade.
Eu posso ver seu reflexo e não quero mais. Eu o vejo em seu primeiro parto cada vez que o encaro. Eu me arrependo de não ter te matado quando tive a chance. Eu me arrependo de você não ter se matado quando teve a chance. Eu ter chegado até aqui quando tive a chance...
Talvez eu te assombre para sempre. Talvez você realmente devesse cumprir suas promessas. Nós cavamos nossas covas e culpamos quem nos enterra. Melhor ter um grande palácio concreto de mentiras, do que um lar feito de areia para perder. Eu sei, pena eu não ter tido escolhas. Seus olhos vermelhos e limpos combinavam com suas novas atitudes. Seus remédios combinavam com seu novo lar. Desce melhor com whisky. Me afogo nas torrencias dum rio e Deus pragueja meu nome.
Não deixe essas mãos cortarem suas veias. Tarde demais, você chegou até mim. Mas um dia eu chegaria até você, não estava longe. Você só não soube esperar, igual eu. Não deveria ser ao contrário? Sirva os vermes, eles estão famintos.
Agora caímos todos... Quem vai jogar a terra?
Um comentário:
gostei do final
de repente, ninguém precisa jogar terra
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