Tinha sempre as unhas pintadas de vermelho. Mantinha sempre uma postura vermelha. Seu suor era sangue que escorria por suas carnes e veias. Epiderme e derme - com sorte hipoderme -, abertas ao novo mundo. Descobertas para novas descobertas. De fora pra dentro, bem fundo. Para enfim, ter mais um triste fim. Cicatrizar. Enrijecer. Somar. Perder.
Suas unhas de sangue. Sangue esmalte. Que escorre e passeia sem noção do perigo.
Unhas que cortam fazendo arte. Nas lâminas que o coração suplica abrigo.
Se vai, como faremos?
Se foi. Como iremos.
"Queria saber que, se o desespero ficasse insuportável, eu podia machucar meu corpo. Testei formatos de corte, até o de um coração machucado, para saber se doía como um verdadeiro coração dói. E fiquei feliz ao descobrir que não"*
*. Trecho de "Geração Prozac", de Elizabeth Wurtzel.
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