E tolices da minha parte, acorde! Acorde, Alice. Tenta e tenta entrar na fortaleza tão bem selada. Por amor ou por querer ser desejada? Descubra! Desista, tempo desprendido com quem não aprecia seu carinho. Pensa em poemas, em canções. Só lhe trazem problemas. Ele tem outras que não são obrigações. São artísticas, são enigmáticas. Você não é mais novidade. Perderá contra sua vontade, para ele é prioridade. No topo, nos espelhos, sempre a se olhar. Egoísmo é o que ele pintou aquele dia. É o que pintará todos os dias, ao ouvir a loteria e ignorar sua magia.
Seja forte, seja brava! Não dê o presente a quem tanto amava. Este presente, de tempo e aniversário, é para outro momento. Talvez outro alguém, mas que lamento! Quando perdi o que conquistei? Tantas bolhas a ultrapassar, tantas palavras no ar, até chegar... aqui? Quando foi que regredi? Destes ovos não lembrava. Onde eu estava?
Está presa, ilhada. Sua mágica é podada. A espontaneidade do amor ele não quer. Só me causa dor. Amarras, gaiolas. Nas minhas asas, darjeeling, o cheiro se espalhava. Não mais, não mais. O amargo voa pelos golpes do debater. O doce some pelo não merecer. Deixo de ser pássaro, deixo de cantar. Se soubesses meus desejos, meu carinho. Mas quanta grosseria um pássaro que não canta passaria antes de cessar vida? O tempo se esvai. E tudo dói, cutuca, machuca. Faz de mim fantoche, boneca.
Pare de perder seu tempo! O “lorde” é muito requisitado, não há espaço para seus caprichos. Muitas linhas perdidas, palavras passantes. Cortázar é mais interessante. Mistérios e sombras são mais bonitas. Você, não laço, só fita. Ele não me trança, não me transa. Tudo é pedido, suplicado. Trata-te como súdita num reino que não tem. Enquanto ele ganha 2 dinheiros na loteria, te perde por inteiro no “mar sem fim” que ele divide com outrem. A baleia se foi, é isso? Não canta, não chora aquele belo lamento. Cadáver gordo a boiar. Forte não? O machucar também é. O ferir, deixar, abandonar. Amou-te tanto quando foi de fita ao laço nos olhos de outros rapazes. Amou-te tanto quando ele desejou. Mas creio, querida, você sobrou. A cama é de solteiro, oh, velha metáfora sincera.
Que desejo de prolongar o desabafo, o choro, o desespero, a angústia. O segredo, ah, esse continua. Quinta feira, seu aniversário, meu presente. Por mim, por mim! Seja forte, tenha porte. Sou vira-lata, sou chata. Apaixonada. Raça ruim. Trate-me bem, coloque-se de lado, ouça o meu lado! Entenda meu lado! Estou ao seu lado. Mas por outro lado... quero ir para o outro lado. Não, quero estar ao seu lado. Mas só chove, e a chuva agora machuca. Pareço chuva, fui na chuva. Não esqueço, pois desculpas mereço e não promessas de remorso. Nada muda, vista turva. És burra.
Páginas e páginas de angústia. De medo. Acorde, acorde! Me acode, nos seja, me veja! Não quero te dar minha surpresa, minha magia, meu amor, se não sei onde irá pôr. Na estante, no pó, vou ficar só. Fingir não é sentir, é ferir. Não a ti, mas a mim. Fingir não ter o que cantar no seu dia é fantasia, é mentira. Sou leão, leal, sincera a mim. Espera. Mereça, não se esqueça.
Um comentário:
caralhocaralhocaralho!
fodafodafodafodafoda!!
A tragédia inspiradora, nada igual a uma dor no coração!
Não é um culto ao drama, mas se há drama, comemos até o bagaço da laranja podre!
Muito bom lice, quanta inspiração!
E ainda bem que eu não faço parte desta! hauahuahau
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