Continuamos de novo. Até quando, nos perguntamos. Sempre as mesmas dúvidas, as mesmas brigas e o mesmo medo. Até quando, nos perguntávamos, lembra? Brincávamos de "vamos durar pouco" e de "se ainda estivermos juntos". Hoje, as brincadeiras voltaram, com outro tom. Antes, tínhamos medo da vulnerabilidade, da transparência, da nudez. O tom de agora é de dor, de promessas que temos medo de cumprir.
Você adora jogar as decisões para mim. Espera respostas, atitudes para que eu livre suas angústias. Não é porque sou coesa para certos assuntos que terei todas as respostas. Na verdade, eu tenho todas as perguntas e todos os medos. Eu que peço ajuda, o que devemos fazer? Minhas ideias se esgotaram de tanto tentar. Minhas soluções furadas para remendar nossas falhas, unir com linha nossas diferenças, costurar o rasgado de volta.
Às vezes, porém, simplesmente não há consertos. Nossas tentativas se mostrarão frustradas. As indecisões me sufocam, já não suporto mais, querido. Por mais que te ame, o barulho da porta entreaberta, batendo com o vento, é insuportável.
3 comentários:
Adorei o desabafo em palavras delicadas...perfeito.
=*
que final!!!!
É... Tem uma hora que não dá mais.
E por mais que tenha dado errado, esse texto é lindo.
Postar um comentário